Vice de WF diz que números da Segurança são "questionáveis"
Servidora da Sesp, Sirlei Theis afirma que Governo mudou metodologia para aferir índices
A advogada e servidora pública Sirlei Theis (PV), candidata à vice-governadora na chapa de Wellington Fagundes (PR), classificou como "questionáveis" os números da Segurança do Estado apresentados pelo governador e candidato à reeleição Pedro Taques (PSDB).
Durante a campanha, Taques tem dito que sua gestão foi responsável pela melhora dos índices de Segurança e ressaltou o aumento no número de efetivo e de viaturas, bem como a redução nos gastos com combustível.
Segundo Sirlei Theis, que é servidora de carreira da Secretaria de Segurança, o Executivo mudou a forma de medir os dados da Segurança, implantada pelo ex-secretário Alexandre Bustamante - que atuou durante a gestão Silval Barbosa (MDB) -, o que compromete os números apresentados por Taques em seu governo.
“Os números são questionáveis da forma que são apresentados, porque, para você comparar números, precisa manter o mesmo sistema que está avaliando esses números. Quando o governador Pedro Taques assumiu, desativou tudo que era feito na gestão anterior, que estava o Bustamante. Ele tinha um trabalho de gestão estratégica por resultado. Era um trabalho que estava sendo feito juntamente com o TCE e era um trabalho muito sério”, disse ao MidiaNews.
De acordo com ela, o tucano chegou a apresentar dados sobre a Segurança enquanto a Polícia Civil ainda não havia concluído seu próprio balanço.
“Ele [Taques] criou um método novo de medir, um método que ninguém sabe como funciona, porque, às vezes, eles publicam informações em relação ao resultado da criminalidade e eu, como trabalho dentro da Diretoria-geral da Polícia Civil, vou ao setor de estatística para ver e lá não foram nem fechados os números ainda”, afirmou.
“Como o governo publica uma informação de que diminuiu roubo e homicídio, sendo que a Polícia não tinha encerrado esses levantamentos? Isso aconteceu em janeiro. Ele fez uma publicação dizendo que em 2017 e em janeiro de 2018 tinham caído os índices de criminalidade. Eu fui lá verificar e não tinha nem fechado 2017 ainda, muito menos começado a medir os números de 2018. Como vou acreditar nessas informações? Então, esses números apresentados pela gestão atual são questionáveis”, disse.
A candidata disse que, caso Wellington vença o pleito eleitoral, irá, primeiro, conhecer a realidade dos números do Estado, para, então, propor uma alteração nos gastos. Ela disse acreditar que o Estado gasta de maneira errada.
“O grande erro que eu vejo, entra gestão e sai gestão, é fazer um plano de governo fictício. Vai gastando com a cabeça. Existem muitas formas de se diminuir os gastos, porque, hoje, há um desperdício muito grande. Quando eu assumi na Secretaria de Segurança, os carros eram 1.0, Gol e Uno. Não cabiam os policiais lá dentro direito. Como você vai correr atrás de bandido?”, questionou.
“Até falo que a primeira coisa que eu fiz quando assumi como adjunta foi conhecer pessoalmente cada unidade. Participei de operações para ver como funcionava. Tive uma experiência em que ficamos atolados em bairro de Várzea Grande e o bandido foi embora com o carro roubado. Tudo isso me serviu como elementos para eu fazer um planejamento e conseguir trocar todas as viaturas, sem receber um real a mais de orçamento”, afirmou.