Leitão avalia que Saúde pode prejudicar reeleição de Taques e critica secretário
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) está endurecendo as cobranças ao governador Pedro Taques (PSDB) em relação à saúde. Embora evite politizar o assunto, o correligionário afirma que a falta de solução para o problema das dívidas com prestadores de serviço, que resultam até na paralisação do atendimento nos municípios, pode prejudicar o projeto da reeleição.
Além disso, Leitão critica a postura do secretário estadual de Saúde Luiz Soares. Segundo ele, o gestor não resolve as demandas e nem se dispõe a dialogar com os setores envolvidos. “É um assunto que precisa ser resolvido, independente de reeleição. Não é uma questão apenas de eleição, é uma questão humana, é uma questão de governo”, pontua Leitão em entrevista ao .
Leitão ainda lembra que nem mesmo os recursos conseguidos pela bancada federal, foram capazes de diminuir o problema. Os deputados federais e senadores viabilizaram emenda conjunta de mais de R$ 100 milhões repassada ao Estado e mais R$ 57 milhões destinados diretamente aos municípios.
“Estamos fazendo nossa parte. A bancada destinou R$ 100 milhões para saúde. Isso nunca houve na história. Agora, mais R$ 57 milhões. São R$ 157 milhões e o governo não consegue resolver esse passado que tem prejudicado a população mato-grossense”, reclama.
Sobre Luiz Soares, Leitão lamenta que o secretário de Saúde não se dispõe a dialogar em busca de soluções conjuntas para o setor. Ele argumenta que a atuação do gestor se limita a apresentar desculpas e alegar a impossibilidade de resolver os gargalos.
“Não vou fulanizar a conversa. Governo tem que resolver problema da saúde que não está boa e as coisas não acontecem. Já tive problema com o primeiro secretário, o segundo secretário, o terceiro secretário e estou tendo com o quarto secretário Luiz Soares que não resolve nada”, pontuou o tucano. Os três antecessores são Marcos Bertúlio, Eduardo Bermudez e João Batista.
Na tentativa de avançar no pagamento dos atrasados, Leitão sugeriu que Taques reúna prestadores de serviço, prefeitos, bancada federal e o secretário de saúde na mesa de negociação. No entanto, reconhece a dificuldade de dialogar com o Executivo mesmo sendo correligionário do governador. “Sugeri ao governador que sentasse para uma rodada de negociação com secretário de Saúde. Mas é muito difícil o secretário sentar e negociar. Então, a situação piora ainda mais. Infelizmente, ele nunca pode participar”, concluiu.
Sinop
Na semana passada, Leitão e os deputados estaduais Guilherme Maluf (PSDB) e Dilmar Dal Bosco (DEM) estiveram no Palácio Paiaguás para uma conversa com Taques a respeito da Saúde em Mato Grosso, com especial atenção aos problemas enfrentados em Sinop. O tucano levou a preocupação com a diminuição do número de atendimentos no Hospital Regional que está com a metade dos leitos ociosos, além do corte e atraso nos repasses ao Hospital Santo Antônio, o único do município que é credenciado para atendimento pelo SUS.
“Sugeri ao governador que sentasse para rodada de negociação com secretário de Saúde. Mas é muito difícil o secretário sentar e negociar. Então, a situação piora ainda mais”
O hospital reclama repasses que somam pelo menos R$ 16 milhões, sendo R$ 6 milhões de atendimentos administrativos, ou seja, feitos à parte do contrato, de forma emergencial, e o pagamento dos meses de agosto, novembro e dezembro de 2017 e janeiro, fevereiro e março de 2018, cujo valor mensal é de R$ 1,7 milhão.
Segundo o hospital, até mesmo recurso federal não tem sido repassado. O governo, através da secretaria de Saúde, contesta o valor, inclusive pela judicialização da cobrança. Taques ouviu os argumentos e se comprometeu em dar uma resposta.
Em janeiro, a direção do hospital comunicou o governo da possibilidade de paralisar o atendimento devido ao atraso nos repasses. O imbróglio financeiro se arrasta há meses sem solução, ocasionando atraso no pagamento de salários de médicos e funcionários, além dos compromissos com fornecedores.
Serviços como tratamento de câncer e hemodiálise, conseguidos ainda na gestão Leitão como prefeito, e a obstetrícia (partos), podem ser paralisados nos próximos dias se não houver resposta do governo. Médicos e a direção do hospital se reúnem nesta segunda (16) para debater o assunto. (Com Assessoria)