PRESO PELO GCCO: Ex-assessor de juiz de Cuiabá alega ter problemas psiquiátricos
Pitágoras Pinto atuava com o juiz Geraldo Fidélis e usou senhas restritas para transferir dinheiro para conta de sua mãe
O ex-assessor da Vara de Execuções Penais, Pitágoras Pinto, confessou em audiência de custódia ter desviado o valor de R$ 26 mil para a conta de sua mãe. Os valores deveriam ser destinados para uma pisiquiatra, para pagamento de exames psiquiátricos de presos.
Pitágoras alegou que usou senhas do Judiciário para fazer a fraude, porque tem problemas mentais. Para sustentar a alegação, ele apresentou uma série de receitas médicas para comprovar quais medicamentos controlados ele precisa tomar.
Pitágoras foi preso na quinta-feira (25) após a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrar a Operação Regressus. Também foram presos Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido por 'Marcelo Vip', e o traficante Márcio Batista da Silva. Ambos eram do Rio de Janeiro e migraram para o sistema prisional mato-grossense para ‘comprar’ a liberdade.
O advogado Valdir Caldas, que faz a defesa do ex-assessor, disse que ele teve a prisão decretada apenas pelo crime de peculato – por desviar o dinheiro do judiciário e que não foi comprovada a participação de Pitágoras no esquema de venda de progressão e pena.
“Ele confessou o crime e se disse envergonhado e arrependido com o que fez porque traiu a confiança do magistrado[juiz Geraldo Fidélis]. Numa relação profissional de sete anos. Em razão da carga elevadíssima de processos, 17 mil, o juiz dava senhas para determinados servidores realizarem atos menores”, afirmou o advogado.
As investigações também apontam que Pìtágoras cobrava R$ 15 mil para livrar um preso da cadeia, de forma fraudulenta. A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) investiga 35 processos de progressão de pena que estão sob suspeita.
Os desvios
Pitágoras alegou que os roubo aconteceu em um momento de dificuldade que passava. Ele foi afastado da função em janeiro deste ano, quando o juiz Geraldo Fedélis descobriu e denunciou a trama para a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Vista do MPE
A assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) afirmou não estar autorizada a revelar o termo da audiência de custódia pois as investigações ainda estavam em andamento.
O advogado explicou que de maneira extremamente estranha e atípica que a representante do Ministério Público pediu vista e recolheu os autos do processo. O juiz Marcos Faleiros determinou que o ex-assessor permanecesse preso nesse período de tempo.
“A promotora de maneira estranha não deu o seu parecer na audiência, o que é incomum e pediu vistas para dar o seu parecer. Ela levou os autos, estamos aguardando o retorno do MP para o magistrado decidir se solta ou impõe algumas medias cautelares”, disse o advogado.