WILSON: mesmo delatados, maioria dos deputados será reeleita
Tucano, que também é citado por ex-governador, acredita que trabalho prestado será essencial
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Wilson Santos (PSDB), disse acreditar que a maioria dos colegas parlamentares citados na delação do ex-governador Silval Barbosa deve conseguir se reeleger.
Ao menos 15 deputados da atual legislatura são mencionados no depoimento do ex-gestor à Procuradoria-Geral da República (PGR). A delação foi homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Citação, denúncia, não significa condenação. Há uma distância enorme. Acho que a maioria dos deputados voltará. Temos três casos que não vão à reeleição: Leonardo, Wancley e Zé Domingos. Então, são 21 candidatos à reeleição e acredito que a maioria desses voltará”, afirmou.
O próprio Wilson é um dos mencionados por Silval. O ex-governador acusou o tucano de pedir R$ 10 milhões para atacar Mauro Mendes (PSB), quando os três concorreram ao Governo do Estado, em 2010. À época em que a delação se tornou pública, Wilson negou as acusações e disse que nunca fez acordo político com Silval.
Citação, denúncia, não significa condenação. Há uma distância enorme. Eu acho que a maioria dos deputados voltará
“Claro que a delação pesa. Pesa de maneira negativa, em especial nos grandes centros. Hoje, com as redes sociais, o eleitor tem informação de quase tudo”, disse ele.
“Mas a maioria voltará pelo trabalho. É uma campanha muito curta e isso acaba favorecendo quem tem massificação de nome. Isso facilita. São somente 45 dias de campanha eleitoral”, afirmou.
Sem inelegibilidade
Além da delação, outro assunto que pesa contra Wilson é a condenação que sofreu recentemente. O juiz Luis Aparecido Bortolussi Júnior, da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, condenou o deputado a ressarcir os cofres públicos por atos de improbidade administrativa relativos à época em que foi prefeito de Cuiabá.
Conforme a denúncia, o então prefeito firmou vários termos especiais de parceria com particulares, pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de utilizar de canteiros e rotatórias para veiculação de publicidade, sem a realização de processo licitatório.
Wilson também teve seus direitos políticos suspensos pelo prazo de seis anos e está proibido de contratar com o Poder Público ou receber benefício/incentivo fiscal por cinco anos.
Entretanto, o tucano afirmou não estar inelegível ainda e que irá recorrer da decisão.
“Respeito a decisão do juiz, que é respeitável e muito sereno, mas não concordo. Vamos solicitar os embargos declaratórios para que ele possa esclarecer alguns aspectos. O primeiro é onde ele encontrou esse montante de R$ 6 milhões citados na decisão. Porque, nesse programa, o montante foi em torno de R$ 1 milhão, tendo em vista que o programa foi interrompido por um TAC com o Ministério Público. A expectativa total era de R$ 6 milhões, mas o programa não chegou nem a metade”, disse.
“Segundo ponto: ele nos julgou com base na nova legislação da improbidade, que é diferente da legislação que vigorava em 2006, quando os fatos ocorreram. E a lei não pode retroagir para prejudicar. E terceiro que, em que pese a condenação, ele reconhece na sentença que não houve dolo, má-fé ou enriquecimento ilícito. Mas estamos recorrendo. Não estou inelegível. Inelegibilidade é só a partir da segunda instância”, completou.