Homem ateia fogo em mulher dentro de um ônibus no Peru
A jovem vítima teve 60% do seu corpo consumido pelas chamas e vai precisar passar por, pelo menos, 10 cirurgias. O suspeito foi preso pela polícia
A cena chocou os peruanos: um homem entrou em um ônibus que circulava pelo bairro de Miraflores, em Lima, capital do Peru, jogou gasolina sobre a jovem Eyvi Agreda Marchena, 22, e depois ateou fogo nela. O ataque contra a jovem aconteceu na última terça-feira (24).
O principal suspeito é Carlos Javier Hualpa Vacas, 37, que foi preso em sua casa momentos depois do crime pela polícia peruana. Ele nega ter sido o autor do ataque.
Agreda foi levada ao hospital e teve 60% do seu corpo consumido por queimaduras de segundo e terceiro grau, inclusive o rosto.
A estudante de comércio internacional que trabalha para pagar seus estudos está em estado grave e precisará passar por pelo menos 10 cirurgias, segundo os médicos.
As queimaduras podem ter afetado as vias respiratórias dela, além dos rins e do fígado.
Outras dez pessoas também foram atingidas pelo fogo.
Série de assédios
Testemunhas que estavam dentro do ônibus no momento do ataque contra Agreda afirmaram que, antes de derrubar o combustível sobre ela, Hualpa teria dito “se não será minha, não será de mais ninguém”.
A família da vítima contou que ele já estava perseguindo e assediando a jovem. Agreda conheceu Hualpa em seu trabalho anterior e eles foram amigos por algum tempo.
Depois, o homem começou a assediá-la e Agreda se afastou dele.
A irmã de Eivy, Sandra Marchena, contou para a polícia que, há três semanas, a jovem tinha pedido para alguém esperar por ela na porta de casa pois ela estava sendo seguida por uma moto. Segundo Sandra, Hualpa era o passageiro da moto.
Outras 10 pessoas também se queimaram
Os pais de Eivy são agricultores que vivem na zona rural do Peru e estão indo para a capital para acompanhar o estado de saúde da filha de perto.
"Rapaz tranquilo e trabalhador"
O suposto agressor vive na casa dos pais e foi definido como "um rapaz tranquilo e muito trabalhador" por seus vizinhos, segundo seus vizinho ouvidos pelo portal peruano Correo.
Para prender Hualpa, que já havia sido identificado como principal suspeito, os policiais precisaram se passar por assistentes sociais. Ele estava em casa no momento da prisão.
Hualpa apresentava uma queimadura no braço esquerdo e de acordo com o motorista que guiava o ônibus no momento do ataque, o criminoso teria se queimado no mesmo lugar.
Ao justificar a queimadura, Hualpa entrou em uma série de contradições. Primeiro disse que havia se ferido no trabalho — ele trabalha como cozinheiro em uma empresa —, depois disse que tinha se queimado em casa.
Ele continua a negar ter sido o autor do atentado contra Agreda. Se indiciado e condenado por tentativa de feminicídio, ele pode passar até 25 anos na prisão.