Três homens são presos em flagrante com tatus mortos em Mato Grosso
Três pessoas foram flagradas em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, com animais silvestres mortos, nesta semana. Na terça-feira (4), um homem foi autuado portando um tatu morto no porta-malas do e, na quarta-feira (5), dois homens, sendo eles tio e sobrinho, foram presos com uma paca, morta em uma mochila e um tatu em uma sacola.
Os três suspeitos, que afirmaram que iriam consumir os animais, responderão em liberdade por crime ambiental contra a fauna. As penas podem chegar a um ano de tenção. Os cadáveres dos animais foram enviados para Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) para análise.
Segundo a Polícia Militar, a autuação de quarta-feira contra o tio e um sobrinho, de 30 e 59 anos, respectivamente, foi realizada após uma denúncia. A denúncia dizia que havia dois homens caçando em uma região próxima a um frigorífico, localizado a cerca de 8 km do município. Ao chegaram no local, a equipe encontrou e revistou a dupla. Os dois estavam com uma sacola com uma tatu morto e uma espingarda. Em uma mochila ainda foi encontrado uma paca, outra espingarda, um facão e oito munições.
Os dois foram presos em flagrante por crime ambiental contra a fauna e foram encaminhados até a delegacia de Vila Rica. A dupla, porém, foi liberada nesta sexta-feira (7) após decisão juicial. Eles responderão em liberdade por crime ambiental e porte ilegal de arma. Tio e sobrinho negaram ter mais animais abatidos e afirmaram que estavam caçando para consumo próprio.
Na apreensão de terça-feira, a polícia chegou até o suspeito também através de denúncia. Segundo o delegado de Vila Rica, Gutemberg de Souza Lucena, o homem foi abordado em casa. Durante revista ao seu carro, foi encontrado um tatu morto, congelado, dentro de uma sacola. O homem também se justificou dizendo que o animal seria para consumo próprio.
O suspeito assinou um termo circunstanciado e responderá, também em liberdade, por crime ambiental. O animal encontrado junto a ele também foi encaminhado para análise na Sema.
De acordo com o delegado do município, os casos da terça e da quarta-feira feira não têm relação e são coincidência, já que segundo ele essas apreensões não são comuns no município.
Animais silvestres
Segundo o professor de direito ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Alexandre Luís César, a caça a animais silvestres para subsistência [consumo próprio] pode inocentar os réus. Ele explica, porém, que a justificativa vale somente para casos em que a pessoa não tenha outros meios de se alimentar. “É o caso de indígenas e pessoas que não têm condições socioeconômicas de ter acesso a proteínas, por exemplo”, afirma.
O professor lembra que a pena para esses crimes varia de seis meses a um ano de detenção, além de uma multa que é aplicada. Ele acrescenta que existem alguns agravantes que podem aumentar a pena final. “Se a caça for com alguma espécie em extinção ou feita profissionalmente, as penas podem até triplicar”, diz.
Fonte: G1MT