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Psicólogo explica as fases do luto e aponta como superar a perda

Hipernoticias

Neste sábado (2) é celebrado o Dia de Finados e o HNT/HiperNotícias conversou com o psicólogo Douglas Amorim. Segundo ele, o luto pela morte de entes queridos é um processo natural de cura que se constitui de cinco fases específicas. Atravessar estas etapas é uma das melhores formas de superação da perda. 

Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação são os cinco tipos catalogados de fases do luto. O profissional acrescenta que, apesar de distintas, as etapas não necessariamente são sentidas separadamente, uma vez que a pessoa enlutada pode verificar todos estes sentimentos ao mesmo tempo.

Ele argumenta que o luto é uma manifestação do ego da pessoa que perdeu um ente querido. “É a manifestação do que tínhamos de prazeroso, a presença de alguém, no que tange o luto pela morte, agora falta”, disse.

“Agora existe uma diferença entre o luto real e o luto simbólico. O luto real, que pode durar até 6 meses, é de fato a compreensão da falta de alguém. É o restabelecimento do novo normal. Ainda mais quando havia convivência cotidiana. O luto simbólico é o significado dado a perda. Se o luto não passa não é mais pela perda, mas é pelo que não se tem mais. Então cabe a pergunta, o que morreu junto? O que você está adiando deixar? Não é mais sobre quem se foi, é o significado e o sentimento”, pontuou.

A reportagem listou as características de cada uma das fases do luto apontadas pelo psicólogo, veja a seguir:

Psicólogo Douglas Amorim

Negação – “O enlutado se recusa a acreditar, ou mesmo aceitar a morte”.

Raiva – “O enlutado sente uma revolta por estar passando por aquela situação de perda”.

Barganha – “O enlutado oscila entre a consciência e desejo de melhorar-se. ‘Serei uma pessoa melhor’, ‘Farei mais isso, mais aquilo’”.

Depressão – “A experiência de tristeza, cansaço, desesperança pela perda”.

Aceitação – “O momento em que a dor vira saudade. Já consegue lembrar da vida de quem se foi, e não apenas na morte”.

Douglas explica que as pessoas que não superam o luto no período máximo de até seis meses podem experimentar diversos desvios de personalidade. Estes, por sua vez, são capazes até mesmo de atrapalhar o rendimento da pessoa no cumprimento de atividades rotineiras.

O psicólogo apontou que a observação crítica sobre a compreensão da morte é um importante exercício para superação do luto.

“O tratamento para pessoas que não superam o luto é tentar observar o que pensam sobre a morte de alguém. É construir ou reconstruir significados de vida, de continuar, de amar quem se foi, vivendo. Produzindo novas crenças, ou acessando as crenças anteriores a morte. Auxiliando o paciente na reabilitação emocional”, apontou Amorim.

Imagem ilustrativa

O luto para as crianças

A psicopedagoga Ivete Barros apontou qual é a experiência das crianças com o luto. Atuante há mais de 40 anos em Cuiabá, ela conta que não há uma fórmula pronta para contar aos pequenos sobre a morte. Contudo, registra que é necessário esclarecer que a vida é feita de perdas.

Ainda conforme Ivete até os 7 anos de idade as crianças criam muitas fantasias, que ajudam a elaborar seu mundo interno. “É válido, sim, falar que a pessoa virou uma estrela no céu, que é permitido sentir saudades e, algumas vezes, ficar tristinho. O importante, sempre, é mostrar para as crianças que a vida é feita de despedidas, que há o luto e que ele tem suas fases”, completou a psicopedagoga.

Dia de Finados

Se o dia 1º de novembro é marcado como ‘Dia de Todos os Santos’, o dia seguinte, 02 de novembro, se tornou mundialmente conhecido como Dia de Finados.

A data é vista em alguns países como o momento específico para celebrar a memória daqueles que se foram. No Brasil não é diferente. Muitas famílias têm por hábito irem até cemitérios para levarem velas e flores para seus entes queridos.

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