Após confusões, vereadores são autorizados a vistoriar novo pronto-socorro de Cuiabá
Depois de muita confusão, os vereadores de Cuiabá foram autorizados a vistoriar as dependências do novo Pronto-Socorro de Cuiabá (PSMC). Na manhã desta quarta-feira (02), o presidente da Câmara Municipal, Misael Galvão (PSB), determinou que a Secretaria de Saúde fosse oficiada, com base na Lei Orgânica do Município, para que seja conferido amplo acesso a todos os parlamentares no local.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deu parecer favorável ao primeiro ato do presidente da Casa para que ele e todos os colegas de parlamento pudessem fazer uma visita conjunta ao novo hospital.
“Conforme divulgado pelo prefeito Emanuel Pinheiro, o acesso ao HMC está restrito para proteger os equipamentos hospitalares que além de serem de alto custo, já estão devidamente instalados e prontos para uso. Dessa forma, primando pela transparência e lisura das conduções dos trabalhos, estabelecemos critérios e protocolos para visitação que estão sendo avaliados pela própria Secretaria de Saúde - como foi o caso do pedido concedido ao presidente Misael Galvão”, pontuou o secretário de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho.
O ofício encaminhado por Misael informa que a visita será realizada na quinta-feira (03), durante a manhã e requer o acompanhamento de uma equipe técnica responsável pelas obras e equipamentos: “Queremos buscar informações precisas sobre as instalações do Hospital Municipal de Cuiabá, saber em que pé está o funcionamento, ou seja, exercer nosso papel fiscalizador e manter os munícipes cientes sobre o andamento das obras”, explica ele.
Quem protocolou pessoalmente o oficio, na Secretaria Municipal de Saúde e no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso (CREA/MT), foi o procurador-geral do Legislativo, Dr. Rodrigo Cyrineu: “Á luz do que dispõe o inciso XIV do artigo 11 da Lei Orgânica do Município, que regulamenta o poder fiscalizatório do Legislativo, protocolamos a informação sobre a visita e solicitamos uma equipe técnica para acompanhar”, explicou.
Misael entendeu que é essencial que os técnicos do CREA/MT também estejam presentes na vistoria, para avaliar o estado da obra e encaminhou ofício a João Pedro Valente, presidente do Conselho Regional de engenharia.
Confusões
Durante o ato de solenidade de inauguração, vereador Abílio Junior (PSC) passou a gritar que a obra era uma “fraude”. Na sequência, tentou se deslocar a um local restrito a credenciados, o que não era o seu caso. Advertido pelos seguranças, o parlamentar se recusou a deixar o local e passou a correr no meio do evento sendo ‘acompanhado’ dos prestadores de serviços e, também, por populares.
Munido com o celular, e fazendo uma live para rede social, ele asseverou que iria procurar o Ministério Público para mostrar que apenas uma parte do empreendimento estava completa. “É uma fraude. Uma farsa”. Toda a situação foi acompanhada pela imprensa e populares.
Algumas pessoas tentaram interromper a transmissão do parlamentar, que ficou mais irritado e chegou até a se jogar no chão.
Aos jornalistas, já do lado de fora da nova unidade e sentado no chão, o vereador reclamou. “O que está sendo inaugurado é só uma pequena parte. Estou protestando porque isso aqui é uma fraude”. Abílio disse ainda que vem sendo alvo de perseguições em razão do trabalho que vem desempenhando e que foi agredido por duas vezes por seguranças.
Indagado se teme responder a processo perante à Câmara Municipal por quebra de decoro pela sequência de fatos na noite de sexta-feira, 28, declarou: "gostaria que os vereadores me acompanhassem também, declarou referindo-se ao trabalho de fiscalização de obras públicas.
O novo hospital contará com 315 leitos, sendo 178 de adultos, 20 leitos no Centro de Tratamento de Queimados – CTQ, 60 de UTI, 38 de Emergência, 6 salas de cirurgia e 13 leitos RPA (recuperação pós anestesia). Apesar da inauguração, somente em abril de 2019 o atendimento será realizado.
Na manhã do outro dia, acompanhado de outros dois vereadores, Abílio retornou para a frente do novo pronto-socorro, na tentativa de conseguir entrar no local. Porém, acabou impedido novamente de fazê-lo. Na ocasião, houve um debate acalorado entre o secretário da pasta e os parlamentares.