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Com perda de foro, inquérito que investiga Taques na ‘Grampolândia’ chega à 7ª Vara Criminal de Cuiabá




O inquérito sobre o esquema ilegal de grampos em Mato Grosso, que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), já chegou à 7ª Vara Criminal de Cuiabá. O ex-governador Pedro Taques está envolvido no caso e agora que perdeu o foro o processo foi encaminhado à Primeira Instância. A juíza Ana Cristina Mendes, que ocupa a vaga que já foi de Selma Arruda, é quem deve julgar o caso.

A assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) afirmou que o processo da “Grampolândia” já desceu para a 7ª Vara Criminal de Cuiabá, mas, no entanto, tramita sob sigilo absoluto. O inquérito tramitava no STJ, com relatoria do ministro Mauro Campbell, quando Taques ainda era governador. Agora com a perda do foro o processo tramita na Justiça de Mato Grosso.

A juíza Ana Cristina Mendes, que deve julgar o caso, foi nomeada para ocupar a vaga na Sétima Vara Criminal em 17 de janeiro. A já foi da juíza aposentada, e senadora eleita, Selma Arruda. A 7ª vara é conhecida pelos julgamentos de grandes casos, com grande repercussão. O ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado José Riva chegaram a ser julgados por Selma. De acordo com a 7ª Vara, Ana Cristina também já recebeu delações do ex-secretário de Estado, Permínio Pinto (PSDB) e do empresário Alan Malouf.

O caso

A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.

Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.

Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.

Segundo a denúncia do MPE, foi Gerson quem fez à Justiça os pedidos de autorização para interceptação de números de telefones de políticos, advogados e jornalistas, grampeados no esquema. A prática de gravação telefônica clandestina, de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida como “barriga de aluguel”. Acusado de ser o operador do esquema, o cabo Gerson, também ficou encarcerado por nove meses.
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