Grupo de refugiados venezuelanos desembarca em Cuiabá
Sessenta e nove venezuelanos desembarcaram no fim da manhã desta sexta-feira (6) no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Os refugiados foram encaminhados à Pastoral do Migrante, em Cuiabá.
De acordo com informações da Força Aérea Brasileira (FAB), um Boeing 767 do Esquadrão Corsário (2º/2º GT), saiu de Roraima com mais de 100 venezuelanos.
Depois da escala em Cuiabá, outros 77 venezuelanos foram encaminhados para Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
O realocação dos venezuelanos que ingressam no Brasil por meio da fronteira com o Estado de Roraima começou nesta quinta-feira (5).
Um dos 116 venezuelanos a bordo era Laura Malave, que viajou com a filha de onze anos. Ela diz que veio para fugir do alto preço dos alimentos. “Todo o dia o preço sobe. Não temos nada, está cada dia pior”, conta.
Nos três meses em que está no País, ela afirma que trabalhou como diarista, mas que a economia de Roraima não consegue absorver toda a mão de obra. Por isso, busca novas oportunidades de emprego em São Paulo.
A refugiada se emociona ao mostrar a foto de duas filhas que ficaram na Venezuela, uma de 15 e outra de 22 anos. A mais velha está prestes a se formar engenheira e é para mantê-la dedicada aos estudos que a mãe busca alternativas no Brasil.
A capitã, Adriana Gonçalves Reis, compôs a tripulação do Boeing 767. Segundo ela, a missão é gratificante porque ajuda a população necessitada.
“Eu me sinto muito honrada em estar realizando mais uma missão operacional da Força Aérea Brasileira, podendo apoiar, ajudar esse povo a ser integrado ao nosso País", diz.
Além dela, em torno de 70 militares atuaram para que o voo acontecesse. A realocação dos refugiados foi uma estratégia adotada para proporcionar melhores condições aos imigrantes venezuelanos que querem viver e trabalhar no Brasil. Com esse objetivo, o Governo Federal, com apoio técnico de agências das Nações Unidas (ACNUR e OIM), buscou vagas em abrigos de prefeituras, governos estaduais e na sociedade civil para receber os imigrantes.
Os estados de São Paulo e Mato Grosso e municípios de São Paulo e Cuiabá trabalham em parceria com o Governo federal e agências das Nações Unidas e apoiam essa grande ação humanitária.
A FAB também atua em outras duas frentes na Operação Acolhida: reforçando a equipe de médicos que trabalha no atendimento aos imigrantes e na confecção e distribuição de refeições em Boa Vista.