Após ataques, secretário nega que sistema de segurança seja frágil
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Gustavo Garcia, negou na manhã desta quarta-feira (18), que o sistema de segurança seja frágil diante de registros de ataques e intimidações contra agentes penitenciários nos últimos dias e da ação mais recente atribuída a membros da facção criminosa Comando Vermelho na qual a parte lateral do muro da Sesp foi explodido e 14 janelas do prédio ficaram danificadas.
O crime foi registrado por volta das 3h45, na região do Centro Político Administrativo, na Capital. Por enquanto, a Pasta ainda não repassou novas informações do caso, pois as investigações seguem em sigilo.
Porém, antes mesmo do ataque, os suspeitos picharam o muro com letras que fazem alusão ao crime organizado. Uma das frases escritas foi 'CV-MT'.
"Querem mostrar que somos frágil. Mas, eu acredito no sistema de Segurança Pública, pois estamos realizando diversas ações e prisões. Isso com certeza tem revoltado os criminosos. Vamos continuar mantendo a segurança independente de ter facção ou não. Seja ela qual for, nossos servidores têm total capacidade para enfrentar", pontuou Gustavo.
Ainda durante a entrevista, o secretário falou que não sabe a motivação do atentando, mas a resposta será dada. Ressalta que o trabalho desempenhado pelas autoridades policiais de Mato Grosso "é uma referência nos índices de baixa criminalidade em todo o Brasil".
"Temos diversos atentados em todo mundo e dentro do Brasil em grandes prédios públicos e sistemas elevados de segurança, no entanto, ninguém considera frágil. Agora, temos policiamento também no Centro Político, mas em número menor porque colocamos nossa frota mais próxima da sociedade. Porém, diante do atentado que eu considero sério e precisa ser apurado vamos redobrar nossas atividades extraordinários e de repressão", afirmou.
Um dos pontos elencados pelo secretário que precisam ser melhorado é com relação a punição na Justiça, já que segundo ele, as polícias Civil e Militar têm cumprido o papel de prender e investigar. No entanto, em várias situações, os presos quando passam por audiências de custódias são colocados em liberdade.
"Acredito que precisamos melhorar nossa parceria em todos os poderes para que o trabalho possa ser, de fato, ostensivo e certo. Não temos condições apenas só de prender e lá na frente o criminoso é solto. Então chego a pensar que será se a Justiça criminal está de fato punido todos os envolvidos no crime?", observou.
Delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana afirmou que logo depois que a equipe foi comunicada sobre o atentado duas equipes foram enviadas ao local para iniciar os trabalhos iniciais.
"Isolamos a área e já solicitamos as imagens das câmeras de segurança para iniciar a apuração. O que podemos adiantar é que vamos continuar sempre trabalhando para desarticular a força do crime organizado e identificar as lideranças para reduzir esses crimes.Mas, ainda é muito cedo para avaliar que o atentado tem ligação com o crime organizado. Só poderemos precisar no final das investigações", finalizou.
Caso - O crime contra a ordem pública foi registrado quando os suspeitos, que ainda não foram identificados, se aproximaram do prédio e escreveram "CV-MT". Logo em seguida, uma bomba foi usada para explodir parte do muro que fica na lateral. Além do muro, algumas janelas também foram danificadas.
Os policiais do 3º Batalhão foram acionados por funcionários do local. Uma das testemunhas relatou ter percebido 2 suspeitos passando em uma motocicleta e, logo em seguida houve a explosão. Devido à fumaça, não foi possível identificar o rosto dos criminosos e nem a placa do veículo. Rondas foram realizadas na manhã desta quarta-feira, na tentativa de identificar os criminosos. A Sesp informou que os ataques já estavam sendo previstos pelas autoridades policiais, pois diversas ações contra o crime organizado foram realizadas nos últimos dias pela segurança.