Rosariense Jejé morre aos 87 anos
Nascido em Rosário Oeste, foi para Cuiabá ainda criança, com apenas quatro anos de idade.
O colunista social José Jacinto de Siqueira, 87, conhecido como “Jejé de Oya”, morreu na manhã desta segunda-feira, em Cuiabá. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória na Clínica Geriátrica Casanova e chegou a ser encaminhado ao pronto-socorro, mas não resistiu.
“Jejé” estava com a saúde debilitada desde 2013, quando foi internado na clínica. Ele já estava cego e não se levantava da cama.
Em dezembro, o colunista social sofreu um infarto e ficou internado por cinco dias. De volta a clínica, continuou recebendo atendimento médico até sofrer a nova parada cardiorrespiratória.
José Jacinto de Siqueira, 87 anos, poderia ser um anônimo como tantos outros cuiabanos ou brasileiros. Já o “Jejé de Oyá”, pseudônimo que ele criou foi o primeiro colunista social de Mato Grosso. Na década de 90, foi eleito o personagem com “a cara de Cuiabá”. Também foi símbolo do Carnaval cuiabano.
Nascido em Rosário Oeste, foi para Cuiabá ainda criança, com apenas quatro anos de idade. E por ser adotado, pode estudar em uma escola particular e depois optou por fazer sapataria na Escola Técnica Federal, antiga Escola Industrial de Cuiabá.
A caracterização de seu personagem como colunista social foi acontecer lá no fim da década de 1960, quando começou a frequentar festas e conhecer as pessoas. Jejé gostava era de participar dos grandes bailes, como o Operário e no Clube Feminino, e neste último chegou a sofrer discriminação por ser negro. Não deixavam Jejé adentrar a pista de dança, só podia ficar se permanecesse sentado, como um eterno observador, sem poder fazer parte da folia.
Foi assim que decidiu escrever sobre tudo o que via e ouvia, e assim nasceu o colunista Dino Danuza, um pseudônimo para protegê-lo. Logo descobriram o disfarce e Jejé Oyá incorporou o seu personagem principal para sempre: ele próprio. De José para Jejé, se transformou em um arquivo vivo sobre tudo o que acontecia em Cuiabá.
Fonte: UEMBÊ