Polícia faz buscas por corpos que seriam de cunhados em Rosário Oeste
Equipes fazem "varredura" na região de Gleba Marzagão, e Rosário; dupla sumiu em Manso, no mês de agosto.
A Polícia Civil está investigando se dois corpos que estariam enterrados na Gleba Marzagão, na região de Rosário Oeste (128 km ao Norte de Cuiabá), são dos cunhados Wagner França, 33, e Fábio da Conceição de Campos, 37.
Os dois homens desapareceram em 11 de agosto, na região do Lago do Manso (a 100 km de Cuiabá), no Município de Chapada dos Guimarães.
Equipes das delegacias de Rosário Oeste e Nobres, com apoio de policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE), Gerência de Operações Aéreas (GOA) e de uma aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) realizram buscas na gleba, região de extração de madeira.
Conforme o delegado de Rosário Oeste, Guilherme Fachinelli, que conduz o inquérito, o local é de difícil acesso.
“Recebemos a indicação de que os corpos podem estar em um determinado local. Realizamos buscas intensas, porém, nada foi encontrado ainda”, declarou.
O delegado informou que as buscas realizadas na quarta-feira (30) utilizaram cerca de 21 policiais, além de um helicóptero.
Porém, pelo fato de ser uma região extensa, ele contou que ainda não foi possível a localização dos corpos.
Apesar de ter designado uma força-tarefa para realizar as buscas na região, Fachinelli não descarta a possibilidade de os corpos não serem dos cunhados desaparecidos.
“É provável que eles estejam mortos, mas não podemos afirmar nem mesmo que os corpos são deles. Apesar disso, ainda há alguma probabilidade de eles estarem vivos”, disse.
Após o resgate, os corpos deverão ser encaminhados para a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que irá fazer exames de identificação.
“Faz mais de 45 dias que eles desapareceram. Então, é bem provável que os corpos, caso seja deles, estejam em estado de decomposição. Por isso, é importante o exame de DNA”, esclareceu o delegado.
Em decorrência das dificuldades encontradas pela Polícia Civil para localizar a dupla de desaparecidos, a região de Chapada dos Guimarães e Rosário Oeste recebeu reforço nas buscas.
O Comando Regional de Cuiabá, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) auxiliam na força-tarefa organizada para cuidar do caso.
Casal de testemunhas
A investigação, que a princípio estava sob o comando da Delegacia de Chapada dos Guimarães, foi transferida para a regional de Rosário Oeste, após o assassinato de um casal que testemunhou sobre o caso.
As duas vítimas foram as últimas testemunhas a verem os desaparecidos com vida.
Em depoimento à Polícia Civil, elas disseram que uma terceira pessoa acompanhava os cunhados, momentos antes do desaparecimento da dupla.
“Acreditamos na hipótese de que havia uma terceira pessoa, que foi identificada, com a dupla desaparecida e estamos investigando”, afirmou o delegado Guilherme Fachinelli.
Após prestarem depoimentos sobre o sumiço da dupla, o casal foi assassinado.
Em razão das coincidências dos fatos, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de o assassinato ter sido motivado pelas declarações dadas pelo casal.
Divulgação/PJC
Veículo usado pela dupla foi encontrado dias após o desaparecimento
“Recebemos diversas informações sobre esse caso. Uma delas afirmava que mexeram no local onde ocorreu o assassinato do casal”, afirmou o delegado.
Conforme Fachinelli, as informações desencontradas, que foram repassadas desde o início das investigações, dificultam a conclusão do caso.
“As informações são confusas e a todo o momento chegam novidades sobre esse caso”, disse.
Automóvel
O automóvel em que estava a dupla desaparecida - um Celta - foi encontrado em 15 de julho, com o para-choque quebrado, na zona rural de Chapada dos Guimarães.
Após as perícias no veículo, o delegado de Chapada, Diego Martiniano, que cuidava do caso, contou que não foram encontrados indícios que auxiliassem nas investigações.
“A perícia no carro não encontrou sangue, nem sinais de violência”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil informou que a esposa de Wagner França disse que o homem estava trabalhando com diamantes.
Apesar de ainda não ter confirmação sobre o motivo que levou a dupla à região do Manso, a Polícia Civil descartou a hipótese inicial de que eles tenham ido pescar.
“A informação que temos é de que o Wagner trabalhava com compras e vendas de automóveis. O Fábio estava acompanhando”, explicou Martiniano, à época.