Líder de Taques na AL revela 30 membros na "quadrilha" de Silval
Deputado vê farra e diz que só puteiro não tirou proveito de gestão anterior
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), declarou que a “quadrilha” liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) tem a participação de, no mínimo, 30 pessoas. A declaração foi dada durante entrevista ao programa SBT Comunidade, apresentado por Agnelo Corbelino, na semana passada.
Questionado a respeito da prisão preventiva do ex-governador Silval Barbosa e dos ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, o parlamentar deixou a entender que outros agentes políticos ligados ao peemedebista poderão ser presos. Ele ainda atribuiu as recentes operações policiais a um processo de transparência liderado pelo governador Pedro Taques (PSDB). “Pode multiplicar por pelo menos mais 10. Não vai ficar pedra sobre pedra. A determinação é ir fundo e cumprir a promessa de campanha de que não vai roubar, deixar roubar e ir atrás de quem roubou. É impressionante a determinação do governador Pedro Taques. Para aqueles céticos que não acreditam mais em nada, a grande obra será a moralização da atividade pública”, disse.
Quando perguntado se Taques teria interesse direto nas prisões por conta de interesses políticos, o deputado Wilson Santos disse que o Executivo age no sentido de garantir as informações e documentos necessários aos órgãos de investigação. “Quem pede a prisão é o Ministério Público e quem determina é Judiciário. O governo do Estado, através da CGE (Controladoria Geral do Estado), tem feito um trabalho extraordinário junto com a Adriana Vandoni [chefe do gabinete de transparência e combate à corrupção]. São trabalhos de investigação feitos em parceria com a polícia e secretaria de segurança pública. Dentro das limitações que a Constituição impõe, todos têm contribuído”, declarou.
O deputado Wilson Santos ainda criticou duramente a concessão de incentivos fiscais do ex-governador Silval Barbosa. Em sua avaliação, foi distribuído sem critérios técnicos e repletos de irregularidades, o que está vindo à tona agora com a Operação Sodoma da Polícia Civil. "Tirando cabaré, prostíbulo, zona de baixo meretrício e puteiro, o resto todos deitaram e rolaram, fizeram o que quiseram. Houve empresas que receberam incentivos milionários em um dia. Entrava com o pedido de manhã e a tarde deixava de pagar R$ 50 milhões. Isso dá nojo”, disparou.
O parlamentar ainda afirmou que os ex-governadores Blairo Maggi (PR), hoje senador da República, e Silval Barbosa agiram para barrar CPIs pelo Legislativo. Agora, com Pedro Taques, os parlamentares tem recebido apoio. “Foram concedidos R$ 1,6 bilhão em incentivo fiscal. Tem ainda aqueles que usam a razão social como cooperativa, mas atua com outra funcionalidade”, disse.
Em 2010, Wilson Santos renunciou o mandato de prefeito de Cuiabá para disputar o palácio Paiaguás. Ele acabou sendo derrotado justamente por Silval Barbosa.
RAFAEL COSTA Folha Max