IML não libera corpos de empresário morto na MT 010 e de cunhados mortos em Rosário Oeste
Segundo diretor, falta de técnicos é principal causa da demora em Cuiabá.
Necropsia de vítimas de homicídios estão há 4 dias pendentes no instituto.
Diretor que veículo da instituição também são precários (Foto: André Souza/ G1)
A estrutura precária no Instituto Médico Legal (IML), em Cuiabá, tem prejudicado o trabalho do órgão e atrasado a liberação de corpos para o sepultamento. A falta de reagentes químicos utilizados em equipamentos de raio-X e a falta de técnicos são os principais problemas citados pelo diretor metropolitano de Medicina Legal do IML, Dionísio José Andreoni.
Por causa disso, três corpos de vítimas de homicídio, localizados há quatro dias em Cuiabá e Rosário Oeste, a 133 km da capital, ainda não passaram pelo procedimento de necropsia.
Douglas Ramos foi sequestrado em empresa em
Cuiabá (Foto: Divulgação/ Polícia Civil-MT)
Segundo a assessoria da Perícia Oficial e Identificação (Politec), o governo do estado já liberou um concurso para a contratação de novos funcionários e o edital já está sendo elaborado. Sobre a compra de novos reagentes, a assessoria informou que o procedimento já está em andamento, mas não há previsão para a chegada dos produtos.
De acordo com o diretor da unidade, a falta de pessoal é a principal responsável pela demora na liberação de corpos. Atualmente, a instituição conta com cinco técnicos, quando o ideal seria 17. “Nós temos um técnico por plantão na unidade. Ele é responsável por recolher o corpo em via pública ou hospitais, contatar a família e outros serviços. Desse jeito é estressante trabalhar e as coisas vão atrasar mesmo”, afirmou.
O corpo do empresário Douglas Ramos, de 28 anos, encontrado na noite da última segunda-feira (5) após ter sido sequestrado por três homens e levado na BMW dele, está na unidade e deve ficar no IML até a realização do procedimento de autópsia. Para a família do empresário, a demora aumenta a dor da perda.
“Primeiro, foi a demora para encontrar e, agora, para liberar o corpo. Só queremos dar um velório digno para o meu filho”, lamentou o pai do empresário, Udiran Ramos.
Wagner França e o cunhado dele, Fábio de Campos
foram localizados (Foto: Arquivo pessoal)
Segundo a mulher do empresário, Chirlene Gomes Moreira, as informações dadas pelos funcionários do IML é de que o instituto possui apenas duas pessoas trabalhando e que o exame deve sair em 40 dias. A família identificou o corpo como sendo do rapaz pelas roupas que ele usava. Ele ficou 13 dias desaparecido.
Além do corpo do empresário, os corpos dos cunhados Wagner França, de 37 anos, e Fábio da Conceição de Campos, de 33, achados enterrados em uma chácara em Rosário Oeste, na segunda-feira (5), também encontram-se no IML da capital. Eles desapareceram no dia 11 de agosto deste ano.
Ainda conforme o diretor do IML, faltam reagentes químicos, o que afeta a revelação dos exames de raio-X, fundamental para determinar e localizar projéteis de bala no corpo de vítimas de homicídio. “Os reagentes venceram porque não usamos o equipamento durante um ano, já que a máquina que realiza o exame estava quebrada nesse período”, afirmou.
Os veículos da Politec também estão em condições precárias, de acordo com Andreoni.
Para solucionar o problema, uma empresa terceirizada irá revelar os exames de raio-X para agilizar os procedimentos no IML.
Do G1 MT