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Deputado é condenado por mandar PMs darem curso em instituição dele

Crime teria ocorrido quando Pery Taborelli (PV) era comandante da PM. 'Serviços extras' teriam sido prestados quando deveriam estar no trabalho.

Casa do Saber

O deputado estadual Pery Taborelli (PV) teve recurso negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) no processo em que é acusado atos de improbidade administrativa, no período em que exercia a função de comandante da Polícia Militar, em Rosário Oeste, a 133 km de Cuiabá.

Ele foi condenado em segunda instância por utilizar uma motocicleta da Polícia Militar em uma instituição social criada e dirigida por ele, e de mandar que três policiais militares, subordinados a ele, ministrassem cursos nesse local, em 2007. Atualmente, ele está aposentado e exerce o mandato de deputado.

Em seu parecer, a relatora do processo, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, diz que a instituição era de propriedade de Pery Taborelli.

Pery Taborelli (PV) nega ter criado instituição social (Foto: Maurício Barbant/AL-MT)Pery Taborelli (PV) nega ter criado instituição social (Foto: Maurício Barbant/AL-MT

"O agente público, em razão de seu cargo e superioridade hierárquica e mediante conduta dolosa, ordenou aos seus subordinados na Polícia Militar que prestassem serviços em instituição privada de sua propriedade em período que deveriam estar exercendo as atividades inerentes ao cargo público por eles ocupado, causando, assim, lesão a toda a coletividade".

No entanto, o parlamentar negou que a instituição fosse dele e alegou que era composta pelos moradores da cidade. Ele disse que apenas ajudava o projeto.

"Lá em Rosário Oeste tinha a Casa do Saber que trabalhava com projetos sociais para dar cursos de informática e retirar crianças e adolescentes da prostituição", enfatizou. Todo o trabalho, de acordo com ele, era desempenhado de forma voluntária e negou ter obrigado os policiais a darem curso.

A Justiça o condenou em maio deste ano ao pagamento de nove salários mínimos, no valor vigente à época dos fatos, e pagamento de multa correspondente ao dobro do acréscimo patrimonial, ressarcimento integral do dano correspondente à utilização da motocicleta da PM e multa de duas vezes o valor do dano.

Segundo Taborelli, palestras sobre segurança pública e outros temas eram dadas por promotores e representantes de segmentos sociais. "Fomos levar um convite a um promotor para que ele desse palestra na cidade e, na ocasião, foi usada a motocicleta da PM. Agora, estão nos acusando por isso", declarou, neste domingo (11) ao G1.

A ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) pedia ainda que ele pagasse três salários mensais a cada um dos três policiais militares desviados para ministrar aula nos meses de junho, julho e agosto de 2007.

A defesa dele já recorreu da decisão, publicada no Diário da Justiça no último dia 2, com outro recurso de apelação ainda no TJMT. "Vamos aguardar o julgamento desse recurso e recorremos onde for necessário", afirmou.

Além dele, a Justiça condenou um morador da cidade por uso do carro da PM para fins particulares. Conforme o deputado, esse réu era morador da cidade e tinha pego carona com a polícia para fazer compra de alimentos em Cuiabá.

Pollyana Araújo do G1 MT

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