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Valtenir se filia ao PR e Pros implodirá no Estado

000O deputado federal Valtenir Pereira está com um pé no PR, apenas aguarda a concretização da “janela” para deixar o Pros. Conforme o presidente do PR em Mato Grosso, senador Wellington Fagundes, Valtenir, inclusive, deu início a interlocução junto aos vereadores e prefeitos do Pros para que seja realizada uma migração em massa.

“São 14 prefeitos do Pros, 13 do PR, mais 168 vereadores do Pros e mais 300 do PR. Então, nós estamos conversando e é bem provável que a maioria dos prefeitos estará dentro do PR”, assevera, em entrevista ao Rdnews, durante a abertura da 43ª Exposul, em Rondonópolis.

Nesta linha, Wellington garante que o PR não minguará com a saída do senador Blairo Maggi, que se filia ao PMDB ainda neste ano. Juntamente com Blairo, há a expectativa de que pelo menos dois deputados estaduais deixem a legenda, sendo eles Ondanir Bortolini, o Nininho, e Emanuel Pinheiiro.

Caso Valtenir deixe o Pros, esse será o seu terceiro partido em menos de dois anos. Isso porque, em 2013 ele deixou o PSB – do qual era presidente – para criar o Pros. À época, saiu da sigla após ter desentendimentos, especialmente, com o prefeito de Cuiabá Mauro Mendes e com a então deputada, hoje presidente do Intermat, Luciane Bezerra.

Ao fundar o Pros, carregou consigo todos os prefeitos do PSB, com a exceção de Mauro. Agora, pretende leva-los para os braços do PR, o que deve sepultar a existência do Pros em Mato Grosso. A nova mudança de sigla se explica pelo fato dele ter quase ficado sem mandato em 2014. Foi eleito na última das 8 vagas destinadas a Mato Grosso na Câmara Federal.

Para tanto, Valtenir estaria apenas aguardando a concretização de uma janela, já aprovada na Câmara Federal em primeira votação e que deve ser validada pelo Senado. Por meio delas, deputados estaduais e federais e vereadores, poderão trocar de legenda sem que sejam enquadrados na lei de fidelidade partidária. “O acordo que existe é que aquilo que foi votado na Câmara, nós manteremos no Senado e o que foi votado no Senado será mantido pela Câmara”, ressalta Wellington sobre a reforma política.

Segundo ele, no “bolo” está justamente a criação da janela. Ele reconhece que a reforma política feita não é profunda, mas alguns pontos avançaram.

Eleições municipais

Com a troca de partido, Valtenir pode se “cacifar” para disputar a Prefeitura de Cuiabá. Ele tem dito que é pré-candidato à sucessão municipal. Neste caso, o PR teria que deixar a base do prefeito Mauro Mendes (PSB), que deve concorrer à reeleição. Uma ala dos republicanos tem defendido que a sigla apoie Mauro.

Caso Valtenir se viabilize candidato, esta será a segunda vez que concorre a prefeito. A primeira foi em 2008, quando ficou na lanterna.

Articulação

Valtenir, por sua vez, confirma a articulação. Argumenta que a ida para o PR será positiva para os militantes do Pros e para ele próprio, tendo em vista que a legenda tem forte representação. Isso facilita a interlocução com o governo federal e até mesmo a garantia de estrutura para os candidatos a prefeito de seu grupo.

O parlamentar argumenta que um dos motivos de deixar o Pros é o esvaziamento da legenda. Cita como exemplo a desfiliação de Cid Gomes e Ciro Gomes, que se filiarão ao PDT. "Estou no terceiro mandato, tenho um ótimo relacionamento no Congresso e num partido maior eu potencializo minha atuação".

Nessa linha, ressalta que Wellington tem sido parceiro dele em algumas articulações e que teve papel importante também na viabilização da manutenção de Cleber Avila à frente da Sudeco.

Além disso, estar no PR, para Valtenir, dará oportunidade de concorrer à prefeitura dentro de uma sigla que lhe dê respaldo. "Fazer uma disputa competitiva para vencer. Eu sozinho, fico numa situação muito delicada. Se tiver candidatura, quem cuida das candidaturas do Pros? Indo para o PR eu deixo a base bem confortável, porque teremos deputados estaduais e um senador".

Histórico eleitoral

Valtenir é defensor público licenciado, ele se elegeu vereador por Cuiabá em 2004, com 5.068 votos. Dois anos depois, chega a deputado federal. Em 2008, disputa e obtém votação decepcionante para prefeito da Capital, com 14.386, ficando atrás de Wilson Santos (hoje deputado estadual), Mauro Mendes e Walter Rabello (já falecido), ficando à frente apenas do procurador Mauro.

2010, se reelege à Câmara Federal com 101.907 votos, o segundo mais votado – ficou atrás apenas de Wellington Fagundes. Em 2014 a situação foi diferente, ele foi o último colocado entre os deputados federais, com 62.923, só não perdendo a vaga devido à impossibilidade do procurador Mauro assumir devido ao coeficiente eleitoral, mesmo sendo o segundo mais votado, com 84.208 votos.

Fonte: PATRÍCIA SANCHES DO RDNEWS

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