Maggi é vice-presidente de comissão que revoga participação única da Petrobras no pré-sal
Como já era aventado pelos bastidores há muito tempo, o senador mato-grossense Blairo Maggi (PR) foi eleito vice-presidente da Comissão Especial para Análise do Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/15, que revoga participação obrigatória da Petrobras no modelo de partilha de produção de petróleo. Maggi sempre foi apontado devido à sua expertise como empresário.
“Queiram ou não, ele é talvez um dos cinco mais fortes homens do país hoje, se não for um dos três, pois além de empresário bem-sucedido, reconhecido no mundo inteiro, é ex-governador e senador ativo”, comentou um economista que prefere manter-se anônimo (“melhor evitar confusões com as consultorias que presto”).
Seja qual for o motivo, a verdade é que Maggi agora tem posição estratégica numa mesa que vai ditar os rumos da “condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração” dos campos de pré-sal.
Segundo a legislação atual (Lei nº 12.351, de 2010), a Petrobras atuaria como operadora única dos campos, com participação de no mínimo 30%, além de ser responsável por todo o resto já citado. Acontece que, de estratégica, a matéria passou a ser prioritária e inadiável, dado à implantação da Operação Lava-Jato e o desgaste político, econômico e institucional gerado por seus desdobramentos.
Tanto que é do interesse explícito da oposição, liderada pelo PSDB, que a proposta seja votada logo. O propositor da criação da comissão especial? O senador José Serra (PSDB), histórica e reconhecidamente tucano de alta plumagem. A justificativa oficial, entretanto, é de que a exploração do pré-sal tem urgência porque a oferta interna de petróleo dependerá disso em futuro próximo, já em 2020. A investigação conduzida pela Polícia Federal desde 2014 também é admitida como motivação.
“Prisões preventivas de seus gestores, fornecedores e prestadores de serviços têm afetado a estatal, gerando cancelamentos, atrasos e desorganização de suas atividades. A sucessão de escândalos associados às alegações de cartel, suborno e lavagem de dinheiro criaram uma situação quase insustentável para uma companhia que tem que implementar um dos maiores programas de investimento do mundo, da ordem de US$ 220,6 bilhões no período de 2014 a 2018”, argumentou Serra.
O também ex-governador de Mato Grosso, limitou-se a agradecer o cargo na Comissão. “Agradeço a indicação, que foi acatada de forma unânime, para que eu possa conduzir esses trabalhos na ausência do presidente, senador Otto Alencar, quando necessário”. O relator será o senador Ricardo Ferraço (PMDB), um político de carreira que começou como vereador em 1982 (aos 19 anos). Hoje, ele tem 51.
Por: RODIVALDO RIBEIRO – HIPERNOTICIAS