Estado readmite policiais penais que facilitavam “festinhas” em cadeia
O Governo do Estado publicou na edição do Diário Oficial desta segunda-feira (21) a readmissão de três policiais penais de Mato Grosso que foram demitidos do serviço público após uma denúncia de que estavam “facilitando” a realização de “churrascos” e "festas" na cadeia.
Segundo a decisão administrativa, os três policiais penais - Aurimar Cardoso Marques, Bley Ewelson Costa e Rogério Paulo -, ingressaram com um pedido de reconsideração da decisão que os demitiu do serviço, em 2019. Os servidores atuam na cadeia pública de Nova Mutum (250 KM de Cuiabá).
O despacho informa que a readmissão seguiu a orientação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), por meio do parecer do procurador-geral em substituição Luis Otávio Trovo Marques. “Acolher as recomendações da Procuradoria-Geral do Estado, exaradas no Despacho elaborado pelo Procurador-Geral do Estado em Substituição Legal, Luis Otávio Trovo Marques de Souza [...] Absolver os servidores Aurimar Cardoso Marques, Bley Ewelson Costa e Rogério Paulo”, diz trecho do despacho.
CHURRASCO, CERVEJA E SACANAGEM
Aurimar Cardoso Marques, Bley Ewelson Costa e Rogério Paulo são servidores públicos concursados e lotados na Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Eles sofreram uma denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT) pela suspeita de exigir pagamentos ilegais, entre R$ 800 e R$ 1,5 mil, para facilitar a entrada de telefones celulares, bebidas e drogas, na cadeia pública de Nova Mutum.
O MPMT pede ao todo a condenação de 7 pessoas (incluindo um ex-diretor da cadeia pública). O órgão ministerial revela que os servidores ainda facilitavam a entrada de carne, carvão e mulheres para a realização de festas onde eram servidos churrasco e bebidas dentro da unidade prisional. Segundo os depoimentos obtidos pelos promotores de justiça, a prática foi repetida por diversas vezes.
A “farra na cadeia”, porém, foi descoberta após mulheres que faziam parte da “festa” oferecerem bebidas com drogas aos policiais penais, que ficaram incapacitados. Eles ainda foram fotografados desmaiados “apenas de cueca” pelos presos. O incidente possibilitou uma fuga em massa na unidade prisional, no ano de 2015, e chamou a atenção até mesmo de veículos de comunicação de abrangência nacional.
Folhamax