“Monstro sociopata”, diz empresária vítima de agressão e abuso sexual de advogado
A empresária Mariana Vidotto usou seu perfil no Instagram para repercutir as acusações contra o advogado renomado C.C.C., na tarde de hoje (5). Mariana foi uma das vítimas e, em representação criminal contra o ex-namorado, alegou que sofrer violência psicológica, física e sexual. C.C.C. é acusado por um grupo de oito mulheres que já se relacionaram com ele por estupro, ameaça e agressão.
Em seus stories, a empresária contou que começou a denunciar as agressões através do seu perfil no começo do ano. Apesar de não citar o nome de C.C.C., acabou sendo processada e, caso voltasse a falar sobre o caso, teria que arcar com uma multa de R$ 20 mil por dia.
“Trata-se de um sociopata muito bem articulado, com poder de compra muito grande. Mesmo sem citar nomes sofri um processo com multa de R$ 20 mil. Fez queixa-crime para tentar me parar, inventou um monte de coisa. As vítimas se uniram graças a internet, chegaram cada vez mais. Honestamente, sozinha não conseguiria fazer nada”, desabafou.
Na representação criminal contra o advogado consta que os dois se conheceram em setembro de 2019, através de uma amiga em comum. Na ocasião, C.C.C. levou a vítima para jantar em um restaurante de luxo, demonstrando “grande atenção, carinho e zelo pela vítima, no intuito de conquistá-la”.
O advogado chegou a preparar uma recepção especial para vítima junto ao restaurante. Após o jantar romântico, C.C.C., teria continuado cumprindo “rigorosamente os requisitos da conquista para um primeiro encontro”.
“Abrindo a porta do carro para a vítima entrar, colocando músicas românticas, falando sobre religiosidade, construção de uma família, mostrando ser um homem bem sucedido profissionalmente ao contar sobre as suas conquistas patrimoniais etc. Demonstrando naquele momento ser o homem dos sonhos de qualquer mulher”, alegou a defesa de Mariana.
De acordo com a representação, o advogado passou a insistir para que a vítima passasse cada vez mais tempo no apartamento dele, chegando a propor uma união estável de imediato. “De fato, a união estável se materializou de forma rápida, surpreendendo amigos e familiares, contudo, o clima de perfeição, amor, respeito, segurança financeira, encantaram a vítima tendo a mesma se iludido, como dito, acreditando ter encontrado o homem da sua vida”, consta em trecho do documento.
No entanto, em um dos finais de semana do casal, C.C.C. levou a vítima para o resort Malai Manso. Após postar uma foto com ele nas redes sociais, a empresária passou a receber diversas mensagens alertando sobre o perfil violento e criminoso do advogado.
Uma das amigas de Mariana teria, então, contado a ela sobre os episódios de abuso e agressão sofridos pela ex-mulher do advogado. Após questioná-lo sobre o caso, C.C.C., alegou que a mulher tinha inveja por ele ser um “advogado rico, jovem, bem sucedido e sempre acompanhado de diversas mulheres bonitas”.
Presentes caros
O advogado ainda tentou contornar a situação deixando um cartão de crédito adicional para a empresária, dando presentes caros como uma bolsa de R$ 19 mil, um cachorro de raça, no valor de R$ 10 mil, joias, acessórios de marcas famosas e flores. O advogado chegou a pedir permissão para a família dela para que eles vivessem juntos, dando a ela um “anel de noivado caríssimo”. Ele ainda tentou impedir que ela se mudasse para a Austrália.
Quando passaram a viver juntos, o tratamento de C.C.C. com a mulher passou a ser diferente, com agressões verbais, físicas e sexuais diárias. De acordo com a representação criminal, a vítima precisava mandar fotos todas as “raras vezes” que saía para passear ou ir a academia.
“Tinha que a todo momento atender as ligações, mandar a localização, selfies, para provar que nenhum homem se aproximava, num ciúme doentio”, diz o documento.
Chantagem
O advogado ainda teria pedido para gravar as relações sexuais e, quando a empresária ameaçava terminar a relação, era chantageada. Em uma das ocasiões, Mariana acabou descobrindo que ele havia mandado fotos dela nua para outras mulheres.
A empresária conseguiu sair da casa onde vivia com C.C.C. e procurar ajuda dos pais para deixar o relacionamento abusivo. Em seu Instagram ela contou que perdeu 9 kg e precisou de tratamento psiquiátrico para lidar com crises de ansiedade.
Ela afirmou que precisou de tempo para construir “o mínimo de estrutura psicológica” para expor a situação que viveu com o advogado. A empresária ainda lamentou que ele continue circulando pela “sociedade cuiabana”.
“Ele é baixo e sórdido, é assim que ele consegue parar todas as mulheres. Hoje me sinto honrada em poder dar voz para todas essas mulheres. Acho que ainda vão aparecer muito mais vítimas dessa pessoa. Não quero vingança, quero Justiça. Nem R$ 1 milhão paga o que esse monstro fez com a minha vida”, desabafou.
Fonte: folhamax