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Acusada de morte por tortura, tenente será promovida em MT



A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada da morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, figura na lista de oficiais que serão promovidos no primeiro semestre deste ano. Caso seja promovida, Izadora se tornará capitã do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso.

O G1 entrou em contato com a Corregedoria do Corpo de Bombeiros, mas ainda não obteve retorno. Assim que houver resposta, esta será incluída na reportagem.

Na Portaria nº 150/BM-1/2020, assinada pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alessandro Borges Ferreira, nesta sexta-feira (30), constam os nomes de 26 oficiais que devem comparecer na próxima segunda-feira (4) na diretoria de saúde/ ambulatório central da Polícia Militar de Mato Grosso para realização de inspeção de saúde, fator obrigatório para a ascensão hierárquica na carreira militar. Entre os nomes está o de Izadora Ledur.

A tenente voltou a trabalhar em janeiro de 2019, após apresentar atestados médicos de forma contínua durante quase dois anos, desde a morte do aluno Rodrigo Claro.

Em junho de 2017, o nome de Izadora Ledur também foi incluído na lista de oficiais que seriam promovidos, mas foi retirado em seguida porque ela responde a processo interno. O nome havia sido incluído na relação porque Izadora atende ao critério inicial para promoção, tempo de serviço.

A tenente responde criminalmente pela morte do aluno e foi monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. Em outubro de 2017, ela conseguiu na Justiça o direito de suspender o monitoramento eletrônico, com a retirada do equipamento.

A ação que tramita na Justiça, de autoria do Ministério Público Estadual (MPE), tem a tenente como ré pelo crime de tortura. Além dela, outros cinco militares dos bombeiros foram denunciados.

Durante o período afastada, Ledur tentou por duas vezes ser promovida para capitã, o que foi negado pela corporação.

Rodrigo morreu no dia 15 de novembro, após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios. “Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso ”, como consta na denúncia.

Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.

Fonte: folhamax
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