Secretário detona população de VG: "pensa que tem hospital exclusivo"
O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, fez duras críticas à população várzea-grandense ao apontar a falta de preocupação de moradores do município com o novo coronavirus. Durante live no Facebook na manhã desta sexta-feira (29), o chefe da Saúde Estadual apontou que a população do município ficou relaxada após a inauguração do Hospital Metropolitano.
Segundo ele, os munícipes acreditam que ganharam um “hospital exclusivo” ficando confortáveis em descumprir as regras de isolamento social em meio a pandemia. “A gente percorre alguns bairros em Várzea Grande e parece que a população não acha que existe uma pandemia. A população acha que ganhou um hospital que salva todo mundo. O hospital, primeiro, não é exclusivo para Várzea Grande. É para o Estado de Mato Grosso e nós não queremos vocês dentro do hospital, não queremos que as pessoas sejam infectados, ou sejam infectados leves”, disparou.
A unidade hospitalar foi inaugurada há pouco mais de duas semanas como unidade de referência para o atendimento aos casos graves de Covid-19. Ao todo foram entregues 238 leitos clínicos e 40 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Contudo, o gestor da pasta apontou que grande parte dos populares ainda não entenderam a funcionalidade do hospital e insistem em ignorar o atual cenário pandêmico da cidade, que já possui 203 casos confirmados e 10 mortes pela doença. O município é o campeão em óbitos. “Um percentual vai ter gravidade. Um percentual desses que tem morbidade vão ser afetados e vão correr mais risco. E não para aqueles que poderiam ficar fora dele, estão indo ao encontro”, completou.
Na coletiva online, o secretário estadual de Saúde reforçou que o distanciamento é a orientação para evitar a contaminação e disseminação do vírus. Ele defendeu a reabertura do comércio, só que orientou para a população a procurar esses locais apenas em questões emergenciais. "Ainda não é o momento de procurar esses locais para divertir. Somente em questões urgentes é orientado a irem ao comércio", argumentou.
UTIS EM CUIABÁ
Durante a transmissão, Figueiredo também citou o polêmico fechamento de 40 unidades de UTIs em hospitais geridos pela Prefeitura de Cuiabá e ingressou o tom para dizer que o Estado vai fiscalizar para auditar o funcionamento dos leitos. “Nós vamos cumprir a nossa obrigação e fiscalizar sim, queira ou não queira, mesmo que precise decisão judicial. É por isso que o governo do Estado teve que entrar na justiça para conseguir cumprir sua função. Eu não posso passar por mentiroso pro Ministério da Saúde. E nós para fazermos a supervisão nos leitos da Prefeitura de Cuiabá fomos impedidos reiteradamente mais de uma vez, até que o dia que a paciente esgotou”.
Por fim, Figueiredo colocou que o Estado terá que abrir novos leitos para compensar os que foram fechados para evitar que haja um colapso, já que as expectativas são de que os casos dobrem nos próximos dias.
“Todos os dias nós estamos fazendo esforços para ampliarmos, qualquer movimento de retirada de leito de UTI dessa planilha dificulta nossa ação e nos deixa mais vulnerável no caso de um colápso no sistema de saúde”, finalizou.
Fonte: folhamax