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CORONAVÍRUS: Pastor que criticou epidemia morre

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Landon Isaac, 32, filho do pastor, me contou que ele e o pai haviam conversado e concordado sobre o que consideravam ser um frenesi irracional e um medo do vírus motivado, talvez, pelo ano eleitoral nos Estados Unidos.

"Quero destacar que papai não achava que era uma farsa, ele sabia que era um vírus real", diz Landon Isaac.

"Mas ele publicou aquela postagem porque estava frustrado com mídia propagando o medo como principal forma de comunicação."

Em meados de março, porém, a saúde do pastor Spradlin subitamente piorou. Ele e sua esposa decidiram fazer, mesmo assim, a longa viagem de volta para casa, de Nova Orleans à Virgínia.

"Falei com meu pai cinco minutos antes de ele desmaiar, na Carolina do Norte", lembra o filho do pastor. "Posso dizer que percebi a respiração dele ficando ruim. Eu apenas disse: você precisa chegar em casa. Mas ele não conseguiu."

Spradlin foi levado a um hospital na Carolina do Norte, onde descobriram que seus dois pulmões tinham sido fortemente afetados por uma pneumonia. Neste momento, seu teste para coronavírus também deu positivo.

Após oito dias em uma unidade de terapia intensiva (UTI), o pastor morreu.

"É como se papai fosse nossa coluna de apoio e alguém a derrubasse. Parece que o teto está caindo sobre todas as nossas cabeças agora", lamenta Landon Isaac.

Por dias, Isaac e suas quatro irmãs tiveram que se comunicar com a mãe pela porta de vidro da casa dela. O pequeno funeral veio depois do fim da quarentena da esposa do pastor, Jean.

"Nunca pensamos que nosso pai fosse morrer por causa disso. Mas ele não era o tipo de pessoa a viver apenas de medo, deixando que sua alegria de vida fosse roubada", diz Jesse Spradlin.

Polarização política e coronavírus

Ela diz que o pai desconfiava da mídia, o que contribui para o pouco caso que fazia dos perigos do coronavírus.

"Fiquei frustrada pela mídia ser muito pautada por uma agenda política — de todos os lados. Sinto que a questão do coronavírus se transformou em algo de 'partido contra partido', em vez de uma nação sob Deus", diz ela.

Para Jesse, a polarização política, que atingiu também a mídia americana, torna difícil saber em que acreditar.

De fato, é impressionante como a opinião de cada americanos sobre a pandemia praticamente varia conforme sua posição política. Pesquisas mostram que os republicanos estão mais inclinados a pensar que há uma reação exagerada ao coronavírus; já os democratas, que a situação não está sendo levada a sério o suficiente.

Jesse sente que a magnitude da crise que tirou a vida de seu pai indica que estas disputas não podem mais continuar assim.

"Ainda há muitas notícias pautadas por uma agenda política, mesmo que as pessoas estejam morrendo", diz ela.

"Isso está afetando nosso país e, a menos que comecemos a agir como uma nação, não encontraremos realmente uma solução. Mas, para que isso aconteça, é necessária uma certa humildade."

Fonte: G1
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