Juiz federal marca para março audiências sobre desvios no VLT
Ação penal é resultado da investigação sobre pagamento de propina de propina nas obras do modal
O juiz Ciro Arapiraca, da 1ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, designou para março de 2018 as audiências com oito réus e 11 testemunhas da Operação Descarrilho.
A investigação apura o pagamento de propina às construtoras das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos em Cuiabá e Várzea Grande.
A decisão é de terça-feira (28). No dia 6 de março de 2018, deverão ser ouvidos pelo magistrado o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, ex-secretário da Secopa (Secretaria Extraordinária das Obras da Copa ), Maurício Guimarães, e o representante legal do Consórcio VLT Cuiabá - Várzea Grande. A decisão não especifica o nome do representante.
No dia 7 de março, às 13h30 serão colhidos os depoimento dos representantes das empresas CR Almeida S/A, CAF Brasil Indústria e Comércio, Santa Barbara Construções, Magna Engenharia e Astep Engenharia.
Já no dia 13 de março, às 13h30, será a vez das oitivas com as testemunhas, a começar pelo engenheiro civil Jonathan de Almeida Nery, indicado pelo Ministério Público Federal.
O magistrado ainda pede para que seja instalado um aparelho de vídeo conferência na sala de audiência, visto a quantidade de depoentes.
"Considerando o grande número de Requeridos (08 – oito) e respectivos advogados que poderão estar presentes às audiências, além da grande quantidade de testemunhas que serão inquiridas (11 – onze) e, ainda, em face ao destaque do objeto em litígio, requisite-se, junto à administração desta Seção Judiciária, o aparelho de videoconferência, para instalação na sala de audiências deste Juízo nas datas e horários designados, quando aquele se fizer necessário", diz trecho da ação.
Operação Descarrilho
Operação Descarrilho foi deflagrada em agosto deste ano e apura fraudes realizadas durante a escolha e execução da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.
Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e em outros quatro Estados, além de um mandado de condução coercitiva na Capital.
À época, o ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães, foi conduzido à PF para prestar depoimento.
Entre as empresas alvo dos mandados de busca e apreensão, estava o consórcio VLT Cuiabá, responsável pela execução da obra do modal de transporte.
Também foram cumpridas buscas na CAF Brasil Indústria e Comércio, localizada em São Paulo. Esta é a empresa que vendeu os vagões para o VLT.
Mandados foram cumpridos também nas empreiteiras Santa Barbara Construções S/A, em Belo Horizonte e CR Almeida S/A, localizada em Curitiba. Ambas compõem o consórcio executor do modal.
Agentes da Polícia Federal ainda estiveram nas sedes das empresas Cohabita Construções Ltda e Multimetal Engenharia de Estruturas Ltda, em Cuiabá e Várzea Grande, respectivamente.
Duas factorings também foram alvo dos mandados: Barbon Fomento Mercantil Ltda e Aval Securitizadora de Crédito S.A