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Médica denuncia advogado por quebrar nariz e tentar estupro com pen drive em Cuiabá



Através do Instagram, a médica Laryssa Moraes gravou uma série de vídeos neste domingo (6) denunciando que também foi vítima do advogado Cleverson Campos Contó. Ela expôs detalhes chocantes das sessões de tortura e agressões que era submetida enquanto manteve um relacionamento com o suspeito.

Primeiro, ela postou nos stories, que são publicações temporárias com permanência de 24h no ar, o print de uma matéria com foto do advogado sobre denúncias feitas por várias mulheres. Depois, detalhou as agressões rotineiras que sofria a ponto de ter o rosto desfigurado.

"Esse senhor me espancou brutalmente. Ele quebrou o meu nariz, ele que descolou as minhas retinas, ele que pegou um pendrive e quis me estuprar com ele. Foi ele que fez tudo isso comigo. E eu nem acredito que depois de três anos e pouco então decidi que não ia ficar off. Estou tendo coragem de falar o nome dessa pessoa mesmo com medo de morrer porque sim, eu estou sendo ameaçada, porque só ontem mais quatro vítimas apareceram", relata desabafou ela logo no início das publicações.

A médica observa que são vítimas de humilhações, de estupro, de agressões, que foram coagidas e nunca se manifestaram. "É muito triste vim aqui falar sobre isso, mas é um dever meu como cidadã alertar a população. Sobre a demora para denunciar o suspeito, ela explica só agora pôde citar o nome dele, apesar de estar sendo ameaçada. "Agora que eu pude falar o nome, por medo, porque tenho os meus filhos, tenho o meu marido, tenho a minha família. Mas agora não sou só Laryssa falando, são mais de 10 vozes, e com certeza mais pessoas aparecerão", enfatiza ela na gravação.

A exemplo das outras vítimas que já contaram relatos semelhantes, Laryssa afirma que Cleverson Contó é um homem acima de qualquer suspeita com condições financeiras, que ameaçam as pessoas, e age como se estivesse acima da lei como se nunca fosse pego, se nunca nada fosse acontecer com ele. "Se eu falasse qualquer coisa, dizia que iria destruir minha carreira, ninguém mais ia querer consultar comigo. Ele ia fazer de tudo que pudesse pra acabar comigo".

Ela conseguiu se livrar do agressor há quase quatro anos e constituiu nova família, com esposo e filhas. "Eu sobrevivo há três anos e meio com essa dor que vem sendo gerenciada, mas é uma dor que não sai de dentro da gente. A gente vai aprendendo a lidar com ela. Graças a Deus tenho o apoio da minha família e fico muito feliz e comovida de saber quantas mulheres vêm aparecendo, quantas mulheres foram agredidas, estupradas, e o que me espanta muito é saber que processos ficam parados. As coisas não acontecem e foi preciso unir todas essas mulheres e começar aparecer um monte de gente para que algo pudesse ser feito", relata.

Nas gravações, a médica revela que foi agredida com soco na cara, puxão de cabelo, empurrão de escada, batida de cabeça em quina. "Eu apanhei porque não quis fazer uma salada", lembra ao explicar também que o porteiro e vizinhos escutavam as agressões e ofereciam ajuda enquanto ela se escondendo com os olhos roxos e diversos hematomas.

Segundo ela, celulares eram quebrados e suas fotos e arquivos eram apagados por Cleverson. Ela lembra que quando aparecia no consultório com marcas de agressões precisava mentir para os pacientes chegando a dizer que tinha sofrido um acidente de carro. "E claro que eles não acreditavam, hoje eu sei" conta ela em outra parte relembrando os xingamentos e ofensas proferidas pelo companheiro que também a fez afastar de amigas que, segundo ele, não prestavam não gostavam de Laryssa. "Quando eu vi, estava restrita ao círculo de amizades dele, sozinha com medo, uma pessoa que sabe que eu vim de uma família humilde, sabia que eu tinha passado por muitas dificuldades pra conseguir me formar, sabia que eu tinha receio, que a única coisa que tenho é minha profissão e ele falava que ia acabar com isso".

Ao longo do desabafo ela também explica os motivos de não ter ido ao Instituto Médico Legal (IML) quando estava com o rosto desfigurado. "Não fui porque tive medo, vergonha, porque eu conhecia os médicos, eu tive vergonha de me expor nessa situação", contou. Em seguida, explica o motivo de ter ficado na relação abusiva marcada por agressões de todos os tipos. "Porque quando você se relaciona com um sociopata, você acha que você é culpada".

Até em local público Laryssa foi agredida e cita o caso ocorrido em uma padaria conhecida de Cuiabá. Segundo ela, na ocasião uma pessoa filmou e se prontificou a testemunhar a favor dela e fornecer as imagens. "Em pouco tempo a testemunha desapareceu, não atende, o vídeo não sei. É com esse tipo de pessoa que a gente tem contato.Pessoa que ameaça, que diz que vai acabar com sua vida. Então, estou sim me arriscando, já fui ameaçada depois da entrevista coletiva, mas não vou me calar dessa vez, porque decidi que vou ajudar".

Por fim, ela esclarece que não vai se calar e pretende ajudar outras mulheres a não serem vítimas das agressões e tortura que ela foi submetida. A Polícia Civil vai investigar as denúncias e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) também anuncio que abrirá uma Processo administrativo pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para investigar o advogado Cleverson Contó diante dos vários relatos das vítimas que continuam aumentando.

Fonte: folhamax
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