Facebook ameaça impedir o compartilhamento de notícias na Austrália
A Comissão para Competição e Proteção do Consumidor da Austrália (ACCC) e o Facebook estão engajados em uma briga que pode fazer com que os usuários australianos sejam impedidos de compartilhar notícias na rede social.
Tudo por causa de um projeto de lei que exige que o Facebook e o Google recompensem as editoras e meios de comunicação locais por distribuir e monetizar conteúdo produzido profissionalmente em suas plataformas. O período de consultas sobre o projeto se encerrou em 28 de agosto, e a ACCC deve apresentá-lo ao parlamento em breve.
Segundo o Facebook, o projeto "não compreende a dinâmica da Internet e irá causar danos às próprias organizações de notícias que o governo está tentando proteger. Se esta proposta se tornar lei, seremos relutantemente forçados a impedir que as editoras e pessoas na austrália compartilhem notícias locais e internacionais no Facebook e Instagram. Esta não é nossa primeira escolha - é a última. Mas é a única forma de nos proteger contra um resultado que desafia a lógica e irá ferir, e não ajudar, a vitalidade do setor de notícias e mídia na Austrália".
A ACCC respondeu com um press-release: “A ameaça feita pelo Facebook hoje de impedir qualquer compartilhamento de notícias sobre seus serviços na Austrália é inoportuna e mal concebida”, escreve ele. “O projeto do código de negociação da mídia visa garantir que as empresas de notícias australianas, incluindo mídia independente, comunitária e regional, possam obter um assento à mesa para negociações justas com o Facebook e o Google.”
Segundo um estudo feito pela Universidade de Canberra, 39% dos Australianos usam o Facebook para notícias em geral, e 49% usam o Facebook para notícias sobre a Covid-19. Entretanto, a empresa afirma que "A ACCC presume que é o Facebook quem mais se beneficia de sua relação com as editoras, quando na verdade é o oposto que é verdadeiro. As notícias representam uma fração do que as pessoas vêem em seu Feed, e não são uma fonte significativa de renda para nós".
Fonte: olhardigital