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Delegado se diz "perplexo" por armas ficarem expostas em mesa de mansão



O delegado da Polícia Civil, Wagner Bassi, afirmou que viu com “perplexidade” o fato de que as armas do empresário Marcelo Cestari ficavam expostas na mesa da mansão onde a adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, foi morta com um tiro disparado pela própria amiga, filha de Cestari. De acordo com Bassi, os equipamentos eram de fácil acesso a todas as pessoas que frequentavam a residência, no condominio de luxo Alphaville, em Cuiabá.

“O que nos chama atenção é que as armas estavam a todo tempo na mesa da sala. Nós vimos isso com muita perplexidade. Elas eram expostas na mesa e ali faziam a manutenção. Tinham visitas na casa, não eram só os filhos. Isso para nós foi bem estranho, porque nós policiais tomamos muita cautela em relação as armas de fogo”, pontuou.

Conforme Bassi, a família não tinha um lugar apropriado para guardar os equipamentos. “Cabe destacar que na casa não havia cofre para guardar o armamento. Então essas armas ficavam de livre acesso aos adolescentes. Então isso é bem complexo”, criticou.

A fala aconteceu durante a coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (2), onde foi apresentado a conclusão do inquérito policial da morte de Isabele. De acordo com o delegado, 11 pessoas estavam na casa no dia do fato.

Na ocasião, o namorado da jovem que atirou deixou a arma “desmuciada”. O mesmo equipamento circulou pela mão de várias pessoas que estavam na casa antes de ser utilizada pela amiga de Isabele num dos banheiros da mansão.

“Depois que a arma foi desmuniciada, ela circulou pela casa na mão de várias pessoas. Todos tem acesso a ela. Várias pessoas manusearam a arma, apertaram o gatilho e não houve o disparo. Isso ficou comprovado”, citou.

Segundo a conclusão da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), o disparo foi executado mediante o acionamento do gatilho, dentro do banheiro. Marcelo, pai da adolescente que efetuou o disparo, foi indiciado por quatro crimes, entre eles homicídio culposo, por ter deixado a filhar pegar a arma que resultou na morte de Isabele.

Já adolescente de 14 anos, responsável pelo disparo, responderá por ato infracional análogo a homicídio doloso. Concluiu-se na investigação que ela, no mínimo, assumiu o risco ao apontar a arma intencionalmente para o rosto da amiga.

O inquérito tem oito volumes, mais de mil páginas e já foi encaminhado para Ministério Público.

Fonte: folhamax
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