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Cientistas criam modelo estatístico para prever câncer no esôfago



Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criaram um modelo estatístico com dados genômicos para prever o risco de portadores de síndrome de Barrett desenvolverem câncer de esôfago. O método, segundo os cientistas, pode ajudar na detecção precoce de tumores e diminuir a frequência de procedimentos invasivos em pacientes.

A síndrome ou esôfago de Barrett está associada a refluxos crônicos. O conteúdo digestivo do estômago retorna ao esôfago que, diferente do primeiro, não possui células adaptadas para absorver a acidez dos sucos estomacais. O processo provoca agressões à mucosa do esôfago, assim como propicia respostas adaptativas do órgão que podem culminar em outras patologias, como câncer.

Em parceria com o Instituto Europeu de Bioinformática (EMBL-EBI), cientistas de Cambridge sequenciaram os genomas de biópsias coletadas de pacientes com síndrome de Barrett.
Os estudiosos analisaram as amostras para detectar diferenças entre pacientes que foram diagnosticados com câncer e outros que não desenvolveram tumores. Os pesquisadores criaram um modelo para calcular e classificar o risco de cada participante.

"Estes pacientes são monitorados há mais de 15 anos. No total, tivemos mais de 800 amostras coletadas ao longo do período, de diferentes áreas do esôfago. Isto permitiu medir em grande detalhe que tipo de alterações genômicas ocorrem e como estas mudanças diferem entre pacientes com e sem câncer.", afirmou Moritz Gerstung, líder do EMBL, em nota publicada no Medicalxpress.

Com as informações genômicas de 88 pacientes, os cientistas identificaram que, do grupo que desenvolveu câncer, metade foi classificada na categoria "alto risco" oito anos antes do diagnóstico. Já no caso de pacientes enquadrados em "alto risco" dois anos antes da detecção do câncer, o índice subiu para 70%. O estudo foi publicado na revista Nature Medicine.

Fonte: olhardigital
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