Nasa vê queda na emissão de combustíveis fósseis por conta da pandemia
A partir de seus satélites, a Nasa é capaz de ver tudo o que acontece na atmosfera terrestre - e com os efeitos dos poluentes não é diferente. Para isso, a agência possui equipamentos baseados em computador, conjuntos de dados e sensores localizados na superfície da Terra, os quais monitoram continuamente o ambiente, permitindo que os cientistas observem as alterações desde 2005.
"A resposta do mundo à pandemia é um experimento não intencional que está nos dando a chance de testar nossa compreensão de várias fontes de emissão de poluição do ar", contou Barry Lefer, cientista do programa da Nasa que avalia a composição troposférica do planeta.
Joanna Joiner e Bryan Duncan, pesquisadores do Centro de Voos Espaciais Goddard, nos Estados Unidos, estão criando mapas e imagens que mostram os níveis variados de dióxido de nitrogênio, um poluente do ar frequentemente associado à queima de combustíveis fósseis na atmosfera. De acordo com os especialistas, até o tamanho das economias globais pode ser medido dessa forma.
"Estamos analisando mudanças no dióxido de nitrogênio para entender como as economias estão mudando", disse Duncan. "Se a quantidade de poluição emitida continuar a crescer ao longo do tempo, é provável que sua economia esteja crescendo".
Menos poluição
Desde os primeiros dias da pandemia, os satélites têm mostrado alterações consideráveis nos níveis de dióxido de nitrogênio. China e Itália, dois epicentros da Covid-19, são bons exemplos de países que tiveram o ambiente afetado positivamente.
Embora todos os funcionários da Nasa, cujos trabalhos não são essenciais, estejam fazendo home office, a agência continua progredindo no que diz respeito a esses monitoramentos mesmo que remotamente.
"Assim como nossos satélites, nosso trabalho continua remotamente", explicou Sandra Cauffman, diretora interina da Divisão de Ciências da Terra da Nasa. "Os cientistas da Divisão de Ciências da Terra continuam a coletar e analisar dados de satélite e terrestres em escala global, e nossos programas estão ajudando a caracterizar e entender os sinais ambientais globais. Fazemos isso analisando conjuntos de dados existentes a longo prazo e financiando novos pesquisa de ponta”, completou.
Fonte: olhardigital