“Não ficamos 67 dias parados para aceitar só restituição de ponto”
Midia News
O secretário de redes municipais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes, negou ver como “avanço” a proposta do Governo do Estado em pagar o ponto cortado, por conta da greve, até o dia 10 de agosto.
A medida foi apresentada pela secretária de Estado de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, nesta semana. Segundo ela, serão pagos até dia 10, em uma folha complementar, os servidores que já retornaram às atividades. Para aqueles servidores que retornarem até dia 5 de agosto, o ponto cortado será pago em folhas complementares nos dias 15 e 30 de agosto.
Segundo Henrique Lopes, salário é um direito do servidor e não atende a nenhuma das pautas dos grevistas.
Parados desde 27 de maio, os profissionais cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gestão do ex-governador Silval Barbosa, e que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos - e a Revisão Geral Anual (RGA).
“Com todo respeito à secretária Marioneide, que é uma colega nossa de trabalho: a categoria não ficou 67 dias em greve para considerar como avanço apenas a restituição de ponto, que é referente à questão do salário, que é uma questão de sobrevivência, que é um direito do trabalhador”, disse ele.
“Os trabalhadores estão exercendo um direito constitucional, ninguém aqui está cometendo crime em fazer greve. Porque a Constituição garante aos trabalhadores o direito ao exercício de greve”, acrescentou
O Governo também disse que fará o chamamento do cadastro reserva do concurso público de 2017. Serão chamados 681 profissionais para atuarem em várias escolas estaduais, sendo 221 professores, 300 apoios administrativos e 160 técnicos administrativos educacionais.
Propôs ainda investimento na melhoria das estruturas das escolas e o pagamento de licença.
“Não entendemos avanços nessas questões. Muito menos essas questões que o Estado tem dito que é avanço, como os R$ 100 milhões para pagamento de licença, a liberação para mestrado, porque isso são coisas que já são parte do direito do trabalhador estabelecido nas leis de carreira”, afirmou.
“Portanto, não há nenhum avanço. Salário é uma obrigação. Não consideramos avanço, porque o que está em jogo aqui é se o Estado irá ou não cumprir com a lei 510”, completou, referindo-se à legislação que propõe 7,69% de aumento.