Bandidos terão "carta branca" para enfrentar a PM, diz tenente-coronel
RD News
Bandidos terão carta branca para enfrentar o Estado se o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sancionar a Lei de Abuso de Autoridade, reguladora de condutas.
Este é o maior temor do tenente-coronel PM Wanderson Nunes de Siqueira, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso.
"Se este Projeto de Lei não for vetado (e virar lei), vai gerar uma ação inversa do bandido para com o policial e isso é um perigo muito grande", adverte. Segundo ele, da forma que o projeto está elaborado, o uso de algemas hoje, se o indivíduo não apresentar resistência, é abuso de autoridade. "Mas ele (o preso) pode não estar oferecendo resitência naquele momento e daqui a pouco se insurgir contra a vida de um policial ou de um terceiro".
Destaca o oficial que algemas não são usadas por acaso. "Já tivemos vários policiais que foram mortos ou que tiraram a vida do bandido porque houve conflito na hora da prisão", ressalta.
Ele falou sobre o assunto em ato nesta manhã (20), realizado por membros do Ministério Público do Estado, Ministério Público Federal, magistrados, Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Civil e Militar, no saguão da Assembleia.
“Esse projeto é uma batata quente, porque, se aprovado do jeito que está, vai trazer o caos à área de segurança pública”
O propósito do protesto, de acordo com os envolvidos, é chamar atenção da sociedade e de deputados para obstáculos que esta lei imporia, se passar a vigorar, a quem combate o crime organizado e a corrupção.
Para ele, esse projeto é "uma batata quente, porque, se aprovado do jeito que está, vai trazer o caos à área de segurança pública".
Entre os atingidos pela proposta, acredita que o policial é tratado de maneira mais complicada. Pode, por exemplo, ser afastado, preventivamente, da cidade onde a suposta vítima reside. "Isso irá gerar problema (inclusive) administrativo de transferência".
Sendo assim, "pedimos apoio de todos com a #vetaPLabusodeautoridade", apela o tenente-coronel. O que querem com esta movimentação na rede é sensibilizar o presidente Bolsonaro, para ele vetar o projeto, ao menos até que seja melhor discutido.
Acontece que o texto já foi aprovado no Senado e na Câmara Federal e aguarda somente a sanção presidencial.