Adeus, gesso! Chega ao Brasil solução baratinha para imobilizar ossos quebrados
Em 2014, um estudante turco desenvolveu um exoesqueletovoltado para tratamentos de fraturas, algo muito semelhante a um gesso, mas muito mais moderno. Na época, tratava-se apenas de uma ideia, uma sugestão de design inovador para ajudar em casos ortopédicos. Agora, cinco anos depois, o aparelho é lançado.
O produto chega ao mercado brasileiro pela startup Fix it, cuja tradução significa "conserte". A companhia oferece uma série destes imobilizadores que ajudam no tratamento de lesões, como casos pós-cirúrgicos e lesão por esforço repetitivo (LER).
Adeus, gesso!
Os imobilizadores são feitos com plástico termomoldável, ou seja, podem ser ajustados aos membros dos pacientes, assim como acontece hoje com o gesso. A diferença é a diminuição da coceira, deixando espaços arejados, oferecendo mais mobilidade e menos peso.
Outro ponto positivo é que o plástico é à prova d’água, permitindo que o paciente lave a parte lesionada durante o banho.
Mas como funciona?
O imobilizador é feito de plástico, logo, é possível colocar o material na água quente, cerca de 50ºC, e amolecê-lo. Depois disso, basta modelar a placa de acordo com a anatomia do paciente. De acordo com Felipe Neves, fisioterapeuta e sócio da startup, a ideia é eliminar o gesso enquanto resíduo:
No nossa sociedade, a gente vai eliminando o uso do gesso. Ele é um poluente do nosso ambiente. Então, a gente quer, a princípio, trabalhar em conjunto com ele, mas, com o tempo, deixar de usá-lo.
Se a proposta é deixar de usar o gesso, a peça é melhor para o meio ambiente? Neves explica no vídeo abaixo que sim, pois a placa é feita de um plástico desenvolvido com substâncias biodegradáveis do ambiente, como bagaço de cana-de-açúcar, de beterraba e de milho.
Além disso, a peça também oferece ao paciente um tempo de recuperação menor. Em alguns casos, o tratamento tem um quinto a menos do tempo que normalmente levaria com o gesso, ou seja, leva de 17% a 20% de redução no tempo de mobilização.
Qual o valor dessa tecnologia?
Pelo site da companhia, uma tala para o punho e pulso custa R$ 80. O médico ou fisioterapeuta também precisa de outros aparelhos para oferecer este tratamento, como a panela elétrica, dentro da qual se coloca o plástico para molde. O aparelho é vendido por R$ 150 no site da Fix it. Uma tala de gesso para punho custa em média R$ 60.
De onde surgiu a ideia?
A proposta é muito semelhante ao Cortex, design apresentado por Jake Evill, estudante da Victoria University of Wellington, na Nova Zelândia em 2014. A ideia inicial, entretanto, era de que a peça fosse produzida por impressoras 3D, na época a grande inovação do mercado.
Ele foi acompanhado do estudante turco Deniz Karasahin, quem criou o Osteoid, uma tala de plástico também feita sob medida para tratamentos de fraturas. A peça também contava com pequenos emissores de pulsos de ultrassom para ajudar na cicatrização dos ossos. Aqui, a taxa de recuperação passava a ser de até 80% mais eficientes que a com o gesso simples em fraturas mais leves.
Dispositivo criado por Deniz Karasahin (Foto: Deniz Karasahin/A'Design Award)