Violência nas escolas aumenta e duas ocorrências de agressão são registradas por dia
A violência nas unidades escolares está aumentando consequentemente. Pelo menos é o que dizem os dados da Secretária de Segurança Publica (Sesp). Somente no primeiro semestre deste ano foram registradas 238 ocorrências de lesão corporal no âmbito escolar, isso é cerca de duas ocorrências por dia.
Furto, ameaças, tráfico de drogas, injuria mediante preconceito, tráfico de drogas também fazem parte das ocorrências que foram registradas entre o período de janeiro e junho de 2017.
As redes sociais tambem têm sido utilizadas com objeto de fomentar estes atos. É frequente ver vídeos de brigas entre alunos circulando. E os comentários são um mural que funciona como troca de ofensas.
No dia 5 de julho, em frente à Escola Presidente Médici, localizada na Avenida Mato Grosso, em Cuiabá, foi registrada uma tentativa de homicídio. Após um suposto desentendimento, um aluno foi esfaqueado nas costas e dois adolescentes de 13 e 14 anos acabaram apreendidos pela Polícia Militar. A vitima teve que ser levado ao Pronto Socorro Municipal (PSM) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A secretária de assuntos educacionais do Sindicado dos trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Guelda Andrade, diz que as escolas não estão fora do que ocorre na sociedade em geral. “A escola é um reflexo da sociedade. Tudo que acontece fora irá acontecer dentro”, conta.
Guelda ainda explica sobre a necessidade de investimentos na educação. “Se houvesse investimento de fato na educação nós teríamos menos casos de violência e de agressividade. Por exemplo: a escola e educação em tempo integral desde a pré-escola para todas as crianças e não só uma parte da população como temos até agora”.
Ela conta que o ideal para que as crianças respeitassem a diversidade dos outros colegas seria trabalhar estas questões desde o berçário. Na escola em tempo integral ela ressalta que não deveria ser abordada apenas língua portuguesa ou matemática, e sim todas as potencialidades do ser humano.
Outro fator apontado pela mestra em Politica Educacional pela Universidade de Mato Grosso (UFMT) é a má valorização dos professores da rede pública. Seria ideal que o professor fosse exclusivo de uma única escola, e que lá, o educador tivesse um salário justo, um determinado tempo para planejamento de aulas. Ela ainda ressalta que não existe aluno ‘problema’, e sim um aluno que se torna um desafio para os profissionais da educação.
Projetos educacionais
Com intuito de promover a paz nas escolas, a Secretaria de Educação (Seduc) colocou em prática neste ano o ‘Anjos da Escola’, um programa com diversas ações integradas para reduzir a evasão escolar, combater a indisciplina, a infrequência e a infração no ambiente escolar.
A equipe tem realizado um diagnóstico das unidades com maior índice de infrações para aumentar as ações preventivas, como palestras, capacitações e cursos para a prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack, entre outras drogas.
Os pais e professores também estão sendo capacitados para identificar e prevenir as situações de risco.
A Seduc também tem ampliado os programas que funcionam no contra turno das aulas, como os projetos de Educomunicação e Prinart, este envolvendo atividades como música e arte. Além da Rede Cidadã, desenvolvido pela Polícia Militar, para diminuir as situações de risco.