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Fabris divide cela com João Emanuel, não recebe visitas e come marmitex da cadeia

93fd50f09a88c1f51b2d7e5a145c48e9O deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), preso em flagrante no último dia 15 por obstrução da Justiça, divide a cela do Centro de Custódia da Cuiabá (CCC) com o ex-vereador João Emanuel. Desde que ingressou no sistema prisional, permanece trancado durante 23h por dia e tem direito a apenas 1h de banho de sol monitorado por agentes penitenciários.

Até hoje (25), Fabris recebeu apenas uma visita da esposa, a jornalista Anglisey Battini Volcov, que foi no CCC acompanhada pelos advogados do parlamentar. No local, não existe possibilidade de visita íntima.

Preso, Fabris faz três refeições por dia e consome o mesmo marmitex servido aos demais detentos do CCC. Ainda não existe autorização para a família fornecer alimentação.

Depois de completar 10 dias na detenção, existe a possibilidade de receber visitar regularmente e até desempenhar atividades na rotina do CCC. A autorização depende de decisão administrativa da direção da unidade prisional.

Além das normas rígidas, Fabris tem sido destratado por agentes penitenciários que agem em represália à sua conduta durante sessão em junho do ano passado quando as categorias protestavam contra o parcelamento da Revisão Geral Anual (RGA). Em meio a protestos, o parlamentar trocou xingamentos com uma servidora e chegou a fazer gesto obsceno, o que gerou rejeição entre o funcionalismo do Estado.

A situação é monitorada pela Comissão de Ética da Assembleia. Existe a possibilidade inclusive do Legislativo solicitar a transferência de Fabris para o quartel do Corpo de Bombeiros para ficar em sala de estado-maior. Isso porque, apesar do afastamento determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, ainda está no exercício do mandato e tem prerrogativas.

Enquanto isso, a Assembleia aguarda manifestação de Fux autorizando os deputados estaduais a decidirem se mantém ou revogam a prisão de Fabris com base no artigo 29 da Constituição Estadual e 53 da Constituição Federal. Em relação ao afastamento, o suplente Meraldo Sá (PSD) será empossado amanhã (26).

Prisão

Fabris foi preso por crime de obstrução da Justiça, no dia 15, quando se entregou na Superintendência da Polícia Federal em Cuiabá. Após prestar depoimento, foi encaminhado ao CCC, onde permanece detido.

A prisão preventiva foi decretada porque Fabris foi gravado pela Polícia Federal deixando seu apartamento no bairro Santa Rosa, por volta das 5h30 da última quinta (14), de pijama e carregando possiveis provas, minutos antes dos agentes chegarem para cumprir mandado de busca e apreensão na Operação Malebolge. O parlamentar alega que se tratava apenas de objetos pessoais sem relação com as investigações.

A Operação Malebolge foi deflagrada após a homologação da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) pelo STF. Vídeos indicam que Fabris se beneficiou do suposto mensalinho pago para garantir apoio político na Assembleia.

Companheiro de cela

Ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel era correligionário do PSD e foi cassado por quebra de decoro parlamentar em abril de 2014. Preso desde setembro de 2016, foi condenado na semana passada a 13 anos e quatro meses de prisão pelo desvio de R$ 1,5 milhão do Legislativo no âmbito da Operação Aprendiz.

Em dezembro do ano passado, João Emanuel também foi condenado a 18 anos de prisão em ação penal gerada pela Operação Aprendiz. A acusação era crime de peculato praticado reiteradas vezes.

FONTE: RD NEWS

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