Delatores serão interrogados novamente pela PF; vídeos serão periciados
A baixa dos autos à Polícia Federal para oitiva dos colaboradores Silval da Cunha Barbosa, Sílvio César Araújo, Genir Martelli, Rodrigo Da Cunha Barbosa e Pedro Jamil Nadaf”, diz trecho do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi deferido na última quarta-feira (27) pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) .
A oitiva dos delatores pode ter como foco principal o atual ministro da Agricultura, que governou o Estado entre 2002 e 2010. "A suspeita de irregularidades praticadas no “alto escalão do governo do Estado de Mato Grosso demanda esclarecimentos quanto à eventual participação de detentor de prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal, no envolvimento, em tese, em organização criminosa", afirma Fux.
Em agosto deste ano, Fux determinou a abertura de um inquérito contra Maggi, após pedido do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que atribuiu ao ministro a "função de liderança mais proeminente" dentro dos supostos esquemas.
Ainda de acordo com a decisão, todos os vídeos onde mostram deputados recebendo maços de dinheiros, cobrando propina, e, áudios apresentados por Silval, Rodrigo Barbosa e Silvio Corrêa, passarão por uma minuciosa pericia pelo Instituto Nacional de Criminalística nos próximos dias.
“Ao Instituto Nacional de Criminalística que realize exame pericial nos aparelhos de gravação audiovisual ora apresentados, bem como nos arquivos de áudio e vídeo contidos nos pendrives (três) e CDs (2) juntados na Petição no 7085 e apresentados ao Ministério Público Federal pelos colaboradores, para resposta aos quesitos acima formulados", diz outro trecho da decisão.
Fux também determinou que parte da delação de Nadaf seja anexada nos autos das investigações oriúndas das delações de Silval, de sua família e Silvio Corrêa.
GENIR MARTELLI
O empresário Genir Martelli, proprietário da Martelli Transportes, já firmou o seu acordo de delação premiada com a PGR. A empresa do mais novo delator é uma das acusadas de ter recebido benefícios fiscais milionários em troca do repasse de propinas a gestores.
Genir Martelli é réu em uma das ações da Operação Ararath. O esquema criminoso do qual ele é acusado de participar trata sobre diversos benefícios irregulares, que posteriormente eram abatidos pelas empresas no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).