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Governo não negocia mais com servidores do Detran e vai cortar o ponto dos grevistas

25291_0_grRepresentantes do governo do estado não compareceram à reunião marcada para esta quinta-feira (21) pelo do Núcleo de Mediação do Tribunal de Justiça, que tenta um acordo para por fim à greve deflagrada no último dia 11 pelo Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran-MT). Os servidores pararam as atividades para cobrar a aprovação de uma nova tabela salarial. De acordo com o Sinetran-MT, cerca de 90% dos servidores aderiram à greve no estado, mas que 30% dos serviços são mantidos.

Os sindicalistas alegam que que durante 8 meses tentaram chegar a um acordo com o governo, mas que o estado ainda não apresentou nenhuma proposta para a categoria. Ainda segundo os servidores, a tabela de salários está defasada desde 2011. O Sinetran-MT afirma que, no último dia 17, o governo do estado se comprometeu a apresentar uma proposta à categoria em 15 dias, o que não aconteceu.

No início da noite desta quinta-feira, o Gabinete de Comunicação (G-com) publicou nota onde explica os motivos da não participação do governo na rodada de negociações no Tribunal de Justiça. Em linhas gerais, o governo considera a greve ilegal e anuncia que irá cortar o ponto dos servidores que não estão comparecendo aos seus postos de trabalho. 

Veja abaixo a íntegra da nota:

O Governo de Mato Grosso vem a público esclarecer que não compareceu à audiência de conciliação com o Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Sinetran), que ocorreu na manhã desta quinta-feira (21.09) no Tribunal de Justiça, pelos seguintes motivos:

- A equipe econômica do Governo compareceu à primeira audiência de conciliação, na última segunda-feira (18.09), e realizou uma reunião com a diretoria do sindicato na quarta-feira (20.09), mas não chegou-se a um acordo;

- A greve dos servidores do Detran-MT é ilegal, como prevê decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), com repercussão geral reconhecida, em que é projetado ao grevista o ônus de comprovar a legalidade da paralisação. Diante das tentativas falhas em chegar a um consenso, o Governo decide que não irá mais negociar com grevistas em situação ilegal;

- O Executivo Estadual também anuncia que haverá corte de ponto daqueles que não comparecerem ao posto de trabalho, prejudicando os serviços prestados à população. Como prevê a mesma decisão do STF: “O corte de ponto é necessário para a adequada distribuição dos ônus inerentes à instauração da greve e para que a paralisação, que gera sacrifício à população, não seja adotada pelos servidores sem maiores consequências".

- Vale lembrar que os servidores do Detran-MT tiveram ganho real de salário entre os anos de 2012 e 2014, garantidos pela Lei Nº. 9.665/2011, além da reposição inflacionária (RGA) que foi paga a todos os servidores do Estado em 2015 e 2016, e que para 2017 e 2018 também já estão garantidas por lei;

- No momento de crise econômica pelo qual passa o país, assim como o cenário de desequilíbrio fiscal já maciçamente explicado e divulgado pelo Governo de Mato Grosso, torna-se impossível conceder um novo aumento real de salário, além do já previsto na reposição inflacionária e progressões de carreira, que são direitos adquiridos e protegidos por lei aos servidores;

- A maior conquista hoje do funcionalismo público mato-grossense é ter o poder de compra de seus salários garantido, com folhas de pagamento em dia, assim como 13º pagos sem atraso nos últimos anos, situação imensamente melhor que a da maioria dos estados brasileiros, a exemplo do Rio de Janeiro, que apenas em agosto conseguiu pagar a folha salarial do mês de maio;

- O Executivo Estadual age com responsabilidade fiscal em todas as suas decisões, assegurando essencialmente a prestação de serviços à população. O Governo admite a possibilidade de retomada das negociações, desde que os servidores retomem imediatamente seus postos de trabalho.

Gabinete de Comunicação de Mato Grosso

FONTE: O DOCUMENTO

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