Ex-primeira-dama diz que recolhia propina para ajudar população de Mato Grosso
Entre 2010 a 2014, período em que foi secretária de Assistência Social (Setas), a ex-primeira-dama Roseli Barbosa praticava um tipo diferente de corrupção, quase um serviço público. Segundo ela mesma contou em sua delação, o dinheiro desviado da Setas era usado em medidas de assistencialismo. Obras de caridade, clínicas de recuperação e festas culturais são alguns exemplos.
Roseli contou que como o trabalho de primeira dama ocupava muito de seu tempo, o cargo de secretária ficava em segundo plano. Quem comandava efetivamente a pasta era Rodrigo Marchi, servidor comissionado da pasta.
Ela revelou participou indiretamente de pelo menos quatro esquemas, todos montados a partir de contratos da Setas com outras empresas. O dinheiro que vinha de “retorno” era usado na aplicação dos serviços de assistencialismo. Todos os contratos e repasses ilegais de propina, segundo Roseli, eram geridos por Marchi.
A SIEGEL, empresa que tinha contratada Setas, repassava R$ 10 mil para ajudar o gabinete nas “demandas internas” de serviços. Outra empresa, de propriedade de Néia de Araújo Marques, também atendia às demandas da Setas. Serviços como aniversários de servidores da secretaria, brinde e festas de final de ano eram quitados pela empresa.
A empresa de Carlina Jacob começou a repassar valores à Secretaria a partir do segundo ou terceiro contrato. para a Secretaria. A proposta foi feita pela própria Jacob. Os valores dos repasses, no entanto, variavam de R$ 500 mil a R$ 600 mil. Parte deste dinheiro, segundo Roseli, também foi usada para quitar dívidas pessoais.