Balde com água não resolve problema de falta de umidade, diz pneumologista
Com a umidade relativa do ar transitando entre os 15 e 30% nos últimos meses, a população cuiabana procura diversas formas de melhorar o ambiente onde estão e consequentemente, sua qualidade de vida. Uma destas alternativas, para muitos, é colocar um balde ou uma bacia com água dentro do quarto antes de dormir. Segundo o pneumologista Lucas Bello, no entanto, isso não passa de um mito.
“Apesar de existir a crendice, o balde e a bacia não ajudam, porque a quantidade de água que evapora é muito pequena. Você pode prestar atenção que, se colocar, no outro dia de manhã eles ainda estarão cheios”, explica. Para o médico, o ideal é utilizar um umidificador ou, se não for possível, colocar toalhas molhadas pelo chão. “Desta forma sim, pois quando colocamos as toalhas, no dia seguinte elas estão secas”.
Toalha molhada e umidificador são apenas algumas formas de se prevenir de doenças respiratórias, alergias e infecções que se proliferam durante a época da seca, que em Mato Grosso normalmente segue até o final de setembro.
“Nesta época do ano aumenta muito a procura no consultório por conta das doenças, principalmente alergias, inflamações e infecções. Os sintomas normalmente são coriza, espirros, irritação da garganta, pigarro, voz alterada, secreção [catarro] e diversos outros”, explica o pneumologista.
Segundo Dr. Lucas, os principais cuidados necessários nesta época do ano são, além da utilização de umidificador e toalhas, a ingestão de líquidos e evitar a prática de exercícios físicos das 12h às 15h. “Essa faixa de horário é a mais crítica, em que o ar está mais seco. O mais indicado é que se faça atividade física no início da manhã, e, em segundo lugar, no final da tarde”.
Fumaça
Além do calor e da baixa umidade, um dos agravantes para a saúde respiratória é grande quantidade de fumaça no ar. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), já reportados pelo Agro Olhar (AQUI), só nos primeiros cinco dias de setembro o número de queimadas era maior do que foi registrado nos meses de junho e julho de 2017.
Dr. Lucas Bello (Foto: Reprodução)
“Boa parte dessas queimadas é resultado da ação humana, de queimadas urbanas, em que muitas pessoas queimam lixo, por exemplo. E isso é muito perigoso. Dependendo da fumaça, inalá-la pode até matar”, explica o pneumologista. “Tudo depende da composição daquela fumaça, e do que foi queimado”.
Para evitar mais problemas, Bello garante que é benéfico o uso de soro fisiológico no nariz e nos olhos (mas um frasco específico para cada). “E é importante que seja somente soro, e não com remédios. Porque tem pessoas que compram remédios para pingar, e eles não ajudam na hidratação”.
Maiores cuidados
Lucas Bello afirma, ainda, que as pessoas que já tem histórico de doenças respiratórias, como bronquite, rinite e asma, precisam tomar maiores cuidados, assim como as que passaram mal nas últimas épocas de seca.
“Neste caso, é preciso que a pessoa vá ao médico, para que ele diga se serão necessários outros cuidados específicos”, finaliza.