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Mosquitos podem 'ouvir' até 10 metros de distância, diz estudo

Mosquito Aedes aegypti  (Foto: CDC/ Prof. Frank Hadley Collins, Dir., Cntr. for Global Health and Infectious Diseases, Univ. of Notre Dame/Public Domain Pictures.Net)
Revista Galileu

Inseto 'Aedes aegypti', que transmite a dengue, consegue perceber sons em grandes distâncias por causa de suas antenas com pelos

esquisadores da Universidade Cornell e Binghamton, nos Estados Unidos, afirmam que os mosquitos podem perceber sons em até 10 metros, um distância maior do que se suspeitava. As descobertas do estudo foram publicadas na revista Current Biology.

Até agora, cientistas acreditavam que os organismos vivos precisavam de tímpanos para a audição de longo alcance, e que as antenas de penas com pelos finos de mosquitos e alguns insetos só funcionavam em distâncias próximas (estimada em centímetros).

Uma série de experimentos forneceu evidências neurofisiológicas e comportamentais de que os mosquitos Aedes aegypti – que transmitem doenças como a febre amarela, dengue, zika, vírus do Nilo Ocidental e Chikungunya – podem "ouvir" frequências específicas a até 10 metros de distância ou mais.

Essas frequências se sobrepunham às frequências de mosquitos fêmeas em voo, assim como na fala humana. "Os mosquitos machos são atraídos pelo som das asas batendo da fêmea", informou Ron Hoy, professor de neurobiologia na Cornell. 

Ele notou que, como os mosquitos se acasalam no ar, o som das asas da fêmea zumbindo coloca os machos em movimento. Gil Menda, pesquisador de pós-doutorado no laboratório de Hoy, equipou os mosquitos com um eletrodo no cérebro e fez registros neurofisiológicos dos nervos auditivos sendo estimulados por tons puros emitidos de um alto-falante a 10 metros de distância.

"Eles estão ouvindo a distâncias que normalmente exigem tímpanos, mas esses são os pelinhos", disse Hoy. Os tímpanos funcionam ao captar a pressão das ondas sonoras, enquanto os minúsculos pelos detectam o som das partículas de ar que vibram em certas frequências.

Os cientistas mudaram o equipamento de fisiologia do nervo para uma sala silenciosa dirigida pelo colaborador Ron Miles, professor de engenharia mecânica na faculdade. "É provavelmente a sala mais silenciosa do país", comentou Hoy. "Descobrimos que o ponto sensível da frequência com que os mosquitos são sensíveis é entre 150 e 500 hertz", acrescentou Menda.

A faixa de frequência dos mosquitos para audição também se sobrepôs à fala humana. "As frequências mais enérgicas de uma vogal humana média estão na faixa de 150 a 900 hertz", explicou Hoy, de modo que os insetos "deveriam ser capazes de ouvir" as pessoas falando.

Embora o estudo ofereça evidências neurofisiológicas e comportamentais de que os mosquitos machos ouvem sons de longe, não oferece provas de que o bicho o usa para "sentir" as pessoas. Segundo Hoy, os resultados oferecem caminhos viáveis ​​para o controle de mosquitos, como o desenvolvimento de microfones direcionais e aparelhos auditivos sensíveis.
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