Empresas que tentaram comprar o Facebook quando ele ainda era uma startup
Lançado em 2004 (mesmo ano do lançamento do Orkut, por sinal), o Facebook naquela época ainda era uma proto-rede social, limitada aos estudantes de Harvard, onde os alunos podiam preencher um perfil e fazer conexões com amigos do campus (ou amigos em potencial), usando a internet para, por exemplo, combinar aquela festinha no fim de semana, ou ainda descobrir novos crushes sem precisar perambular pelos corredores e jardins da universidade.
Naquela época a rede social que acabaria se tornando a maior do mundo ainda se chamava TheFacebook.com, mas rapidamente a novidade se tornou popular a ponto de expandir para estudantes de outras universidades, e chegar até mesmo à high school norte-americana (equivalente ao ensino médio brasileiro). Nisso, já estamos falando de 2006, e no mês de setembro daquele ano Mark Zuckerberg decidiu abrir sua plataforma para qualquer pessoa do mundo também fazer parte daquele novo e empolgante universo virtual. E esse foi o início do Facebook como o conhecemos, que hoje já tem mais de 2 bilhões de usuários globais.
Mas, voltando à metade dos anos 2000, o aumento na popularidade do Facebook não somente atraiu uma imensidão de novos usuários, como também chamou a atenção dos olhares de cabeças do mercado tecnológico. Contudo, antes mesmo de o Facebook "estourar", já tinha gente visionária oferecendo grana para que Zuck vendesse sua, então, startup — o que ele recusou sem pensar duas vezes, apostando tudo em seu projeto.
Conheça, então, algumas vezes em que tentaram comprar o Facebook em seus primórdios:
Financiador não identificado
Apenas quatro meses depois do lançamento do Facebook, que surgiu em fevereiro de 2004 quando ele ainda era TheFacebook.com, um financiador cuja identidade não foi revelada, proveniente de Nova Iorque, ofereceu US$ 10 milhões para o jovem Zuckerberg de apenas 20 anos de idade. A oferta não foi levada a sério na época e a negociação não foi levada adiante.
Naquela mesma época, Zuckerberg e seus colegas de Harvard passaram um tempo em uma casa em Palo Alto, até que executivos da Google os abordaram ali para ver se haveria uma maneira de trabalharem juntos na nova rede social, ou até mesmo comprar o Facebook.
Nenhum acordo foi feito, mas a gigante não se viu por vencida, e tentou fazer negócios com o Facebook mais uma vez em 2007. Nessa ocasião, Tim Armstrong, vendedor de anúncios da Google, elaborou uma proposta para que a Google fornecesse os anúncios internacionais no Facebook. Apesar de o acordo não ter sido firmado, tal abordagem (e os valores envolvidos) abriu os olhos de Zuck para que ele remodelasse sua rede social já com o objetivo de torná-la a maior do mundo, pois foi com essa proposta da Google que Zuck teve a certeza de que seu negócio estava no caminho certo.
Viacom
Já em 2005, a Viacom ofereceu US$ 75 milhões para comprar a empresa de Zuckerberg. Mas o empresário estava negociando, na mesma época, investimentos com o The Washington Post, e preferiu garantir os US$ 35 milhões desta negociação em vez de vender sua empresa por R$ 75 mi para a Viacom. Afinal, se em um único investimento foi possível abocanhar quase metade do valor oferecido pela compra de toda a empresa, esperto ele de não vender e conseguir essa grana (e muito mais) com outras parcerias.
No início de 2006, o então chefe da MTV nos Estados Unidos (a MTV faz parte da Viacom) disse que o Facebook já valia US$ 2 bilhões, e algumas semanas depois a Viacom tentou de novo, oferecendo US$ 1,5 bi para comprar o Facebook, com US$ 800 milhões à vista e o restante sendo pago depois. Zuck ficou tentado e quase aceitou, mas pediu um pagamento inicial maior. O CFO da Viacom não aceitou, e o acordo não foi para frente.
NewsCorp (a "mãe" do MySpace)
O MySpace foi outra rede social que teve destaque internacional nos anos 2000, sendo controlado pela NewsCorp. Um dos motivos para a queda na popularidade do MySpace foi justamente o avanço do Facebook e, em 2006, o chefe digital da NewsCorp levou Zuckerberg do Vale do Silício para Los Angeles para uma reunião a fim de conversarem sobre uma aquisição. Mas Zuck disse, na época, que havia grandes diferenças entre os modelos de negócios de empresas de tecnologia de Los Angeles e do Vale do Silício, dizendo que "nós [do Vale do Silício] criamos isso para durar, e esses caras [de Los Angeles] não têm a menor ideia disso".
Yahoo
No mesmo ano de 2006, o Yahoo ofereceu US$ 1 bilhão para comprar o Facebook. Muitos dos executivos e investidores da rede social eram favoráveis à venda, mas Zuckerberg estava prestes a lançar o Feed de Notícias e, caso a novidade desse certo, o CEO calculava que sua empresa acabaria valendo mais do que US$ 1 bi.
No final daquele ano, o Yahoo tentou de novo, sugerindo que poderia pagar mais de US$ 1 bilhão pela compra do Facebook — mas àquela altura a rede social já tinha aberto sua plataforma para qualquer pessoa do mundo se registrar, tendo a certeza de que sua empresa ficaria muito mais valorizada em pouquíssimo tempo. E, bem, novos cadastros no Facebook subiram de 20 mil para 50 mil por dia naquele ano.
AOL
Também em 2006, o então CEO da AOL, Jonathan Miller, quis comprar o Facebook, mas sua empresa não tinha tanta grana assim para bater as ofertas da concorrência. Então, tentou se unir à Time Inc. (ambas empresas controladas pela Time Warner), para que, juntas, vendessem alguns de seus serviços a fim de levantar o dinheiro. Com esse montante acumulado, as duas empresas chegariam aos cabeças da Time Warner para que a companhia-mãe tentasse negociar com o Facebook. Mas a Time Warner rejeitou a ideia e nenhuma proposta chegou a ser feita para Zuckerberg.
Friendster
O Friendster foi uma das primeiras redes sociais de verdade, chegando depois do SixDegrees (a primeira propriamente dita), em 2002. Essa plataforma pavimentou a estrada para o nascimento do TheFacebook.com. Quando o Facebook surgiu, antes de explodir internacionalmente, um dos executivos do Friendster descobriu a iniciativa de Zuckerberg em Harvard e tentou comprá-la, já com medo de o Facebook crescer e "matar" o Friendster (como de fato aconteceu). Mas o acordo dependia do levantamento de financiamentos para que o Friendster tivesse o valor necessário para fazer uma proposta irrecusável, e o Facebook acabou explodindo antes de isso acontecer.
Microsoft
No ano de 2007, Steve Ballmer, então CEO da Microsoft, ofereceu um acordo diferente para colocar as mãos no Facebook. Avaliando a rede social em US$ 15 bilhões, o executivo propôs que a Microsoft adquirisse uma pequena participação do Facebook, com a opção de, a cada 6 meses, comprar 5% da rede social, com a aquisição completa levando de 5 a 7 anos para acontecer. A Microsoft de fato comprou 1,6% do Facebook na época, por cerca de US$ 250 milhões, mas as investidas da companhia de Redmond na maior rede social do mundo não passaram disso.