Crença na cura pela fé mantém viva a tradição do benzedor em Acorizal MT
Vicente Paulino Leite, 68 anos de idade, morador de Acorizal é um benzedor, um homem simples que mantém sua fé viva e que desde a chegada das primeiras pessoas que habitaram o município de Acorizal já recebiam a energia do bem e da cura passada pelo “seu” Vicente, um dom que ele afirma que recebeu de Deus primeiramente e depois herdada pelo seu pai.
Este homem simples e trabalhador assumiu aos 16 anos a responsabilidade que mantém até hoje, sem cobrar nada e acreditando que somente no bem se vence qualquer obstáculo e assim realiza a benzeção para aqueles que o procura. “Mesmo cansado com a lida na roça, não posso negar uma oração a uma criança enferma. Tenho uma rotina desgastante, acordo às quatro horas da madrugada e faço um café pego minha magrela (bicicleta) saiu pra roça, mesmo assim não reclamo e agradeço a Deus por esse dom, o ofício de ser benzedor” declarou.
“Seu” Vicente também conta que na busca do alívio principalmente do desconforto emocionais e espirituais muitos o procuram e com um galho de ervas medicinal como arruda, guiné, manjericão ou alecrim e com a imposição de mãos, preces e até mesmo pedaços de pano e principalmente com muita fé, ele consegue passar o conforto e alívio para o corpo e a alma daqueles que chegam a sua procura.
O benzimento é um costume antigo. A palavra vem do latim ‘bene dicere’, que significa ‘bem dizer’. A técnica também é independente de religião. No entanto, é bastante cultivada pelos católicos, espíritas e pelos religiosos de matrizes indígenas e africanas.
Por quem acredita a reza feita por uma benzedeira ou benzedeiro tem um poder de cura superior a qualquer meio científico ou medicinal. Quem as recebe afirma que obtém alívio de dores físicas, emocionais e até mesmo a inexplicável cura para doenças crônicas.
Por Marli Riquelme com apoio Marcella Magalhães – Acorizal MT
Fonte: Voz do Idoso