Polícia encontra mala recheada com dinheiro na casa de João Arcanjo
Durante as buscas na casa de João Arcanjo Ribeiro, a Polícia Civil localizou uma mala recheada como dinheiro, na manhã desta quarta-feira (29), durante a Operação Mantus.
O dinheiro estava em uma mala amarela e preta, em um dos quartos da mansão de Arcanjo. A contagem feita pelos policiais, no local, totalizou R$ 201.890,00.
A operação foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), para prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal - “jogo do bicho”.
A operação visa dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
Arcanjo passou mais de 15 anos preso por diversos crimes e, em fevereiro de 2018, conseguiu a progressão para o regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica. Em um ano, apenas em contas bancárias, foram movimentados R$ 20 milhões por dois grupos criminosos.
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A operação teve como alvo duas organizações criminosas que comandavam o jogo do bicho em Mato Grosso. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
Dinheiro estava escondido em uma mala.
O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
Os acusados vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
Repórter MT