Alexandre Frota chama Bolsonaro de traidor e anuncia pedido de impeachment
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) rasgou o verbo contra o presidente Jair Bolsonaro. No Twitter, ele se mostrou revoltado após o pedido do chefe do governo para que eleitores protestem nas ruas contra o Congresso Nacional e o STF. Ele avisou ainda que pedirá o impeachment de Bolsonaro.
Segundo o parlamentar, a máscara de Bolsonaro caiu de uma vez por todas. Em seu desabafo, ele citou o vídeo do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que copiou trechos do discurso nazista de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, e lembrou da ofensa sexual do presidente contra a jornalista da Folha.
“Agora o presidente divulga um vídeo jogando a população contra o Congresso em apoio a uma manifestação que é uma cópia das manifestações que Hugo Chávez conclamava na Venezuela”, comparou Alexandre, que o chamou de frouxo. “No mínimo vai falar que foi um dos filhos ou um assessor que vazou o vídeo. Podem apostar. Bolsonaro é frouxo”, disparou.
O tucano lembrou que estava com Bolsonaro quando venceu as eleições: “Eu estava do lado dele quando prometeu respeitar a democracia e não aplicar a censura. Reforçou que os direitos do povo brasileiro estariam garantidos e que não colocaria em risco a liberdade de expressão”.
“Em um dos maiores estelionatos eleitorais de nossa história, ele faz o inverso do prometido”, alegou o deputado. “Muitos de nós fizeram campanha por ele porque acreditaram em suas promessas”, defendeu.
Frota disse que acreditava na mudança do presidente, mas voltou na decisão e recordou uma fala do político, em 1999, sobre o ditador venezuelano Hugo Chávez. “Bolsonaro chamou Chávez de líder da Revolução Bolivariana. Disse que ‘Chávez é uma esperança para a América Latina e gostaria muito que essa filosofia chegasse ao Brasil’. Bolsonaro cometeu estelionato eleitoral porque ele não está cumprindo promessas de sua campanha. Está lutando pelo que tinha falado em 1999”, argumentou.
O ex-ator pornô resgatou uma das frases mais faladas na época das eleições de 2018: “Diziam para nós que se não votassem nele o Brasil ‘ia virar uma Venezuela’, mas é ele quem copia o pior do chavismo. Discursos contra a democracia são feitos semana sim e a outra também”.
Indignado com a postura do governo, o famoso apontou o que acontecerá com o país com a destruição das instituições. “Bolsonaro poderá encerrar as investigações sobre corrupção – especialmente aquelas envolvendo seu filho e a turma da milícia -, usar milícias violentas contra o povo e destruir a economia, pois ditadores usam mídia comprada para maquiar resultados”, esclareceu. “Está na cara que esse é o projeto bolsonarista”, afirmou.
“E por isso ele ataca tanto a imprensa, as instituições e tenta derrubar o Congresso. Se destruir a democracia, Bolsonaro destruirá o futuro do Brasil e todas as conquistas que tivemos desde a redemocratização”, resumiu Alexandre Frota. “Resistir ao autoritarismo chavista de Bolsonaro não é uma luta de direita ou de esquerda. É uma luta pela civilização”, completou.
O deputado citou um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro (PSC), vereador do Rio de Janeiro. “Carluxo disse: ‘A escória estribucha sem o dinheiro do pagador de impostos, outrora derramado aos bilhões em suas gargantas profundas’. Esse frouxo que faz papel de feroz nas redes só esconde uma coisa. Ditaduras roubam muito mais o dinheiro do povo que as democracias. Bolsonaro não esconde mais o que quer. Não adianta Carluxo fazer teatrinho”, atacou.
À revista Época, o ex-aliado do presidente afirmou que pediu para que advogados façam um pedido de impeachment contra Bolsonaro. “Eu acabo de solicitar a uma junta de advogados que, diante dos fatos, ameaças e do disparo do vídeo do celular dele. Vou entrar com o impeachment, vou assinar. Bolsonaro prometeu que sempre lutaria pela democracia. Mentiroso. Ele está abrindo uma crise institucional”, acusou.
E concluiu: “Não tem direita, esquerda ou centro. Temos que nos juntar e mostrar que é inaceitável isso que ele está fazendo. Tomara que ele não coloque culpa num filho ou num assessor dizendo que não foi ele quem disparou o vídeo”.
Fonte: rd1