Cuiabano é enterrado ao som de lambadão
Um funeral ocorrido no ultimo dia 18 de abril, no cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, chamou a atenção de várias pessoas que estavam no local e dividiu opiniões após o vídeo ser compartilhado no Facebook. Cecílio Batista Duarte, de 43 anos, morreu vítima de um acidente na Serra de São Vicente (70 Km de Cuiabá), no dia 16 de abril. Ele era fã de lambadão. Em sua homenagem, a família tocou no cemitério músicas do seu ritmo favorito. Duarte havia manifestado esse interesse em vida.
A irmã de Cecílio, Janaina Costa, conversou com o Olhar Direto sobre a repercussão que o vídeo ganhou ao ser compartilhado na página do Xômano que mora logo alí, no Facebook. “Meu irmão sempre falava para a gente que não queria ninguém chorando no enterro dele. Sempre falava que queria que tocasse lambadão e a banda Signus era a preferida dele, foi uma linda homenagem”, diz.
Ela conta que não sabe quem estava com o carro de som, mas que a música não foi uma surpresa porque todos já sabiam do desejo de Cecílio. Membros da banda de pagode Sedusamba também estiveram no enterro e tocaram algumas músicas para embalar o último adeus ao amigo.
Janaina disse que foi pega de surpresa no dia da morte do irmão. “Acordei de madrugada e olhei no celular e vi uma mensagem da minha sobrinha que é filha dele, dizendo: 'tia meu pai morreu'. Não acreditei, achei que era uma brincadeira de mal gosto, nunca imaginei que veria meu irmão morrer antes de mim. Ele morreu como herói, podia ter acertado vários carros e matado outras pessoas, mas ele jogou o caminhão para fora da pista, infelizmente ele morreu”.
O compartilhamento do vídeo dividiu opiniões, algumas pessoas gostaram da homenagem, porém, outras alegaram que foi uma falta de respeito com o momento que a família estava passando. Janaina revela que as críticas foram apenas pela internet. “Eu vi que várias pessoas criticaram lá na página do Xômano, mas para mim ninguém falou nada. Até porque foi uma homenagem tão bonita que só quem não conheceu meu irmão é que foi capaz de criticar”, afirma.
“Eu tenho 36 anos, já fui em vários velórios e nunca vi homens chorando por causa de outro homem. No enterro do meu irmão eu vi homem, criança, mulher, todo mundo chorou muito, foi muito emocionante. Ele era uma pessoa muito querida por todos, foram muitos amigos, várias ex-namoradas, as duas ex-esposas e a atual viúva, todos lá para dar o ultimo adeus para meu irmão”, diz.
O acidente
Cecílio morreu após o caminhão tanque em que dirigia, sair da pista e capotar no Km 350 da BR-364, na Serra de São Vicente (70 Km de Cuiabá), no dia 16 de abril. Ele ficou preso às ferragens e não resistiu a gravidade dos ferimentos, morrendo no local.