Jovens levam bíblias para simularem célula religiosa em festas clandestinas em Cuiabá
As festas clandestinas realizadas meio a pandemia da Covid-19 em Cuiabá ganharam destaque na noite deste domingo (31), no Fantástico, da Rede Globo. Em aproximadamente sete minutos, a reportagem estampou o péssimo exemplo das confraternizações ilegais na capital, onde jovens aparecem bebendo e dançando, sem qualquer tipo de proteção.
A maioria desses encontros são marcados por aplicativos de mensagens ou nas redes sociais. Muitas dessas aglomerações acabam sendo veiculadas na internet.
“Lá é longe da polícia. Então, sem risco. E o som não vai ficar muito alto. Então cada um leva sua máscara e, se caso chegar (polícia) cada um coloca pra disfarçar”, diz uma das organizadoras. Um dos grupos é denominado Social Só Meninas.
Uma outra participante ainda debocha, comparando a confraternização a uma célula, evento religioso para estudo bíblico. “Cada um leva sua bíblia, um álcool em gel, porque nós vamos fazer uma célula”, ironizou.
Desde o dia 20 de março, a prefeitura de Cuiabá proibiu por meio de um decreto municipal qualquer tipo de aglomeração. Mesmo assim, muitos ainda insistem em subestimar o poder do vírus, que já contaminou 2.485 pessoas e matou 63, só em Mato Grosso.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 2.300 ocorrências de aglomerações já foram autuadas durante a quarentena. Na semana passada, ao menos 40 pessoas foram levadas para delegacia depois que agentes descobriram eventos que aconteciam na capital. Dois homens foram indiciados.
Além disso, perfis anônimos nas redes sociais também tem colaborado na notificação desses casos. Uma página na internet chamada “Covid Cuiabá” já realizou cerca de 2,2 denúncias. Nas publicações, fotos mostram várias pessoas em encontros meio ao período de isolamento social.
De acordo com o coronel da PM, Wankley Corrêa Rodrigues, os responsáveis pelos eventos devem responder criminalmente. “A PM está atuando e conduzindo esses indivíduos para delegacia e muitos estão sendo autuados pelo artigo 268 que é pela desobediência de ordem de autoridade sanitária”, finalizou.
A reportagem também mostrou casos de outros estados, onde jovem realizam festas clandestinas para burlar a fiscalização durante o período de quarentena.
Fonte: folhamax