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Chefiada por mulher, quadrilha que sequestrava caminhoneiros é presa

O Livre

Nove pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que sequestrava e roubava caminhoneiros, em Várzea Grande (região metropolitana de Várzea Grande), foram presas na madrugada desta sexta-feira (07). Ao menos três caminhoneiros haviam sido sequestrados e mantidos em cárcere privado pelo grupo nos últimos dias.

Uma mulher de 35 anos é apontada pelos acusados como chefe do grupo criminoso. Segundo os relatos das vítimas, ela era a pessoa mais violenta durante o tempo em que os sequestrados eram mantidos presos em uma casa.

Os sequestros

Na manhã dessa quinta-feira (06) o primeiro caminhoneiro foi roubado e sequestrado em Várzea Grande. Mais tarde, por volta das 17 horas, a Polícia Militar encontrou um caminhoneiro, de 47 anos, perto de um posto na Rodovia dos Imigrantes, que também havia sido sequestrado.

Conforme o boletim de ocorrência, por volta das 15h30 da terça-feira (04) o caminhoneiro havia sido contratado para levar um trator e uma empilhadeira de Várzea Grande até Dourados (MS).

O caminhoneiro foi até o Bairro Distrito Industrial, em Várzea Grande, onde foi parado por quatro homens em um Renault Sandero branco, que anunciaram o assalto. Dois entraram no caminhão e dois ficaram no carro.

Os suspeitos obrigaram a vítima a seguir até um lava-jato desativado no Bairro Capão do Pequi, colocaram ele no carro, tamparam o rosto dele com uma camiseta e o levaram para uma casa pequena e simples, de onde a vítima via pessoas chegando e saindo a todo momento, usando drogas, ingerindo bebidas alcoólicas e ouvindo música alta.

No quarto, o caminhoneiro era obrigado a dormir em um tapete, enquanto uma mulher dormia na cama. Vários homens faziam a guarda do local para impedir que a vítima fugisse. O trabalhador ficou cerca de 48 horas no cativeiro, sendo liberado nessa quinta-feira (06), quando foi encontrado pela polícia nos fundos de um posto no Bairro 15 de Maio, em Várzea Grande. O caminhão dele foi encontrado na cidade de Rio Verde (GO).

Mais tarde, por volta das 19 horas dessa quinta-feira (06), outro caminhoneiro foi encontrado abandonado próximo a uma chácara de hortaliças e cerâmica, depois de ter sido roubado, sequestrado e mantido em cárcere privado desde a quarta-feira (05).

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima relatou que por volta das 19 horas da quarta-feira descarregou uma carga de produtos de limpeza no Supermercado Bom Jesus do Bairro Parque Cuiabá e, em seguida, foi em direção a um posto de combustível no Bairro São Mateus, em Várzea Grande, onde há uma agência de frete.

Na agência, ele foi informado sobre um frete que seria do Bairro Souza Lima, em Várzea Grande, até Ponta Porã (MS), pegou o serviço e foi em direção ao local indicado para carregamento, próximo a uma cerâmica abandonada.

No entanto, ele acabou parado por três suspeitos em um VW Voyage prata, que anunciaram o roubo e, assim como fizeram com a outra vítima, colocaram uma camiseta na cabeça dele e o levaram para um cativeiro.

Ele ficou a noite inteira em cárcere privado, sendo ameaçado durante a madrugada, em especial por uma mulher, que, segundo a vítima, era a pessoa mais agressiva do grupo.

A vítima foi libertada no Bairro Engordador, em Várzea Grande, depois que seu caminhão foi encontrado próximo a Rondonópolis (220 km de Cuiabá).
Prisão

Percebendo que se tratava de uma quadrilha que vinha fazendo várias vítimas com o mesmo modo de agir, a Polícia Militar iniciou buscas aos suspeitos. A princípio, os policiais receberam o endereço do motorista de um Renault Logan utilizado como apoio em um dos sequestros e foram até o local.

No local, a equipe encontrou um homem de 35 anos, que estava com mandado de prisão em aberto. Questionado sobre o roubo do caminhão e sequestro do caminhoneiro, ele ficou nervoso e caiu em contradição sobre sua rotina nos últimos três dias, quando uma das vítimas estava em cárcere privado.

Conforme o boletim de ocorrência, por fim, o suspeito assumiu a participação do crime e indicou a mandante, uma mulher de 35 anos. Depois da prisão do primeiro suspeito, a quadrilha inteira acabou sendo descoberta e, ao todo, nove pessoas foram presas, cinco homens e quatro mulheres.

Com a acusada de ser a chefe da quadrilha ainda foram apreendidos R$ 740 em notas falsas, todas com a mesma numeração, meia barra de maconha, um aparelho localizador de rastreador de veículos e um toca CD e DVD, possivelmente roubados de uma das vítimas.

Os policiais tiraram uma foto de um quarto da casa da mulher e mostraram para um dos caminhoneiros sequestrados, que reconheceu como o local usado como seu cativeiro.

Todos foram presos acusados de formação de quadrilha ou bando, roubo, sequestro e cárcere privado. A Polícia Judiciária Civil irá investigar o que a quadrilha fazia com os caminhões enquanto as vítimas estavam em cárcere privado e como funcionava o esquema realizado por eles.

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