Mulher é presa ao fingir ser sargento do Exército e cobrar até R$ 30 mil de vítimas: 'Batiam continência para ela'
G1
Uma mulher de 40 anos foi presa após fingir ser sargento do Exército para aplicar golpes em Campo Grande. Segundo a polícia, ela cobrava de R$ 4 mil até R$ 30 mil para "facilitar" o suposto ingresso nas carreiras de sargento e oficiais temporários. Após três meses de investigação, os policiais chegaram inclusive a apurar que ela esteve em eventos políticos, nos quais chegou a ser recebida por um candidato a governador e até "batiam continência para ela".
Ao G1 o Exército ressaltou que ela não faz parte do quadro de funcionários. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa dela, mas, não conseguiu até o momento.
"Ela tinha contato pessoal com as vítimas e ia pessoalmente receber o dinheiro, alegando que já tinha pago as pessoas envolvidas. Nós encontramos vítimas que pagaram R$ 4 mil, R$ 7 mil, R$ 15 mil, R$ 18 mil e até R$ 30 mil para ela. Agora, a investigação continua porque nem todas elas compareceram na delegacia", afirmou ao G1 o investigador do Grupo de Operações e Investigações (GOI), que há 3 meses apura a conduta da suspeita.
Com o dinheiro arrecadado, a polícia aponta que Alzira de Jesus Araújo fez uma festa para a filha e também viajou para a praia, onde inclusive passeou de lancha. "Temos fotos das redes sociais nela, que constam no inquérito de estelionato, crime no qual ela é reincidente. A mulher ainda tem um antecedente por furto", explicou o policial.
Sobre a farda, a suspeita alegou que teria pego da filha, que seria "convocada em breve". No entanto, a menina de 22 anos nega os crimes e disse que as roupas pertenceriam à suspeita. A prisão em flagrante ocorreu nessa quarta-feira (26) e a audiência de custódia dela deve ocorrer nesta tarde (27).
Polícia apreendeu fardas com a suspeita que fingia ser sargento do Exército — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Investigação aponta ao menos 15 vítimas, 4 delas já estiveram na delegacia
Até o momento, a investigação aponta ao menos 15 vítimas, sendo que 4 delas já registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Piratininga. Para as vítimas, ela dizia que havia três vagas, mas, que para conseguir ingressar na força, era preciso o repasse de alguns valores em dinheiro para o pagamento de Guias de Recolhimento da União (GRU), que também eram falsas.
A polícia passou a investigá-la após uma denúncia de que "uma pessoa de fora da instituição e não capacitada ou autorizada, estava falando sobre concursos militares em nome do Exército e cobrando de potenciais candidatos para facilitar o ingresso". Questionadas, as vítimas comprovaram o crime e repassaram dados dela, quando a investigação iniciou o monitoramento.
Polícia diz que até a filha da suspeita caiu no golpe
Conforme a investigação, até a filha da vítima caiu no golpe dela, já que teria pago R$ 3 mil para ingressar no quadro de sargentos do Exército. Neste período, a jovem chegou a ser levada para adquirir a farda que usaria no dia da posse, algo que a golpista também fazia com as outras vítimas, quando pressionada para "agilizar a chamada" ou quando "queria mais dinheiro".
Sobre o comportamento dela, a polícia diz que Alzira também usava a vestimenta oficial para dar mais credibilidade às falsas promessas e postava fotos nas redes sociais. Com ela também foram apreendidos botons, coturnos e diversas fardas do Exército.
Mulher usava vestimenta oficial do Exército para dar mais credibilidade aos golpes em MS — Foto: TV Morena/Divulgação