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Ministro de Bolsonaro bate-boca com Wilson: Não vai brincar com meu Ministério

Repórter MT

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta perdeu a paciência com o deputado Wilson Santos (PSDB) durante reunião com as bancadas federal e estadual para discutir uma saída para a crise da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, na noite desta segunda-feira (22), na Assembleia Legislativa.

Descontente com o que ouviu do tucano, Mandetta deixou a sala afirmando que ninguém vai fazer brincadeira com dinheiro do seu ministério.

O ministro se irritou após Wilson Santos afirmar que precisava de uma solução efetiva do Governo Federal para resolver o problema da folha salarial e para o custeio com a finalidade de normalizar os atendimentos do filantrópico, suspensos desde o dia 11 de março.

Inconformado, Mandetta perguntou qual era o valor do cheque que o deputado queria que o ministério fizesse para a Santa Casa. Ouviu como resposta R$ 9 milhões para pagar salários e R$ 20 milhões para o custeio.

O ministro então rebateu que o valor não resolve a dívida de R$ 118 milhões do hospital e voltou a bater no ponto do plano de intervenção.

“Estamos satisfeitos com o que fizeram? Por quê não pedem o apoio da sociedade? Não pedem para os prefeitos entrarem lá dentro? Por que não pedem para entrar lá uma auditoria da Câmara, uma auditoria federal? Têm 20 dias que esse assunto está batendo na minha porta. Neste hospital tem muito dinheiro federal. Estou pedindo com toda educação para que vocês olhem, vejam e leve para Brasília [um plano]. Eu não tenho problema nenhum em fazer [auditoria] via federal”, afirmou Mandetta.

“Errar ou acertar podemos fazer juntos, mas vamos fazer buscando a verdade. Me dá R$ 9 [milhões], me dá R$ 20 [milhões], depois eu vou ver o que fazer. Não sou o melhor companheiro para esse tipo de política. Peço desculpa para você, se precisar volto aqui quantas vezes quiser”, continuou.

Antes de deixar a sala de reuniões, o ministro falou que esse é o momento de fazer a coisa correta e que não vê problema em aportar recursos, porém, não aceita brincadeira com seu ministério.

“Ou fazemos uma coisa correta, não tenho problema de colocar dinheiro, agora, tem que fazer sério, brincadeira com meu ministério não faz. Vamos fazer uma coisa que a gente tenha orgulho de ter feito”, desabafou.

Um pouco mais cedo, o ministro já havia dito que “aquela fase de me dá um dinheiro aí porque estou aqui” acabou e que primeiro é necessário demonstrar em quê e como o dinheiro público estava sendo gasto.

“Cadê o planejamento? Quem são as pessoas e aonde vamos chegar com o investimento do dinheiro público”, argumentou o ministro.

“Se a gente conseguir que a sociedade entenda porque as coisas chegaram nesse ponto, vamos poder ser atores do nosso tempo e enfrentar esse problema. Está muito difícil o cidadão pagar imposto, muito dura a carga tributária no país e não é por causa do apelo de uma instituição A, B ou C que a gente vai deixar de ter o profundo zelo pelo dinheiro público”, observou Mandetta.

Dinheiro para Santa Casa

Em março, fontes do Governo Federal declararam que o ministro estava disposto a destinar até R$ 50 milhões para pagar os salários dos funcionários, entre eles, médicos e enfermeiros da Santa Casa.

Porém, Mandetta deixou claro que para repassar o valor seria necessária uma intervenção no hospital, ou seja, o ministro não acha correto entregar tanto dinheiro público para a atual administração da Santa Casa sem fiscalização rigorosa, já que o déficit, contabilizado em R$ 80 milhões por ano, ocorreu na gestão do ex-presidente Antonio Preza.

A intervenção continua sendo uma escolha da Prefeitura que já adiantou não ter condições de administrar o hospital sem ajuda do Estado e União
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