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Vitamina D tem alguma relação com infecções pelo coronavírus?



Desde o início da pandemia da COVID-19, uma série de pesquisas preliminares tentam associar o consumo de algumas vitaminas ou nutrientes com uma suposta imunidade contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Agora, duas recentes pesquisas norte-americanas associaram uma baixa concentração de vitamina D no sangue com maior risco de infecções pelo agente infeccioso. Entretanto, mais investigações são necessárias.

Ambos os estudos dos EUA que avaliavam a interferência da vitamina D nos casos da COVID-19 foram realizados por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston. E foram também publicados pela revista científica Public Library of Science One (PLOS ONE).

Vitamina D pode ter associação positiva contra a COVID-19 (Imagem: Reprodução/ Lucrezia Carnelos/ Unsplash)

Vitamina D e a COVID-19


Em artigo publicado na última sexta-feira (25), o grupo de cientistas defende que a suficiência de vitamina D está ligada a uma diminuição significativa do nível de marcadores inflamatórios dentro do organismo e a níveis mais elevados de células imunológicas no sangue.

Liderado pelo médico Michael Holick, da Universidade de Boston, a pesquisa coletou amostras de sangue de 235 pacientes internados em hospitais e diagnosticados com a COVID-19. A partir disso, mediram os níveis de vitamina D e os associaram com a gravidade da infecção, a perda de consciência e a dificuldade para respirar.

Segundo o estudo, pacientes com mais de 40 anos que tinham níveis suficientes de vitamina D apresentavam 51% menos probabilidade de morrer em decorrência da infecção causada pelo coronavírus. Na conclusão, os autores defendem: "É recomendado que a melhoria do status da vitamina D na população em geral e em pacientes hospitalizados, em particular, tenha um benefício potencial na redução da gravidade das morbidades e mortalidade associadas à infecção da COVID-19".

No dia 17 de setembro, um outro estudo — agora, em análise retrospectiva e observacional — foi publicado e também contou com a participação do médico Holick. Com a análise de amostras de mais de 190 mil pacientes, a pesquisa apontou para a prevalência de infecção por coronavírus no grupo dos pacientes que tinha alguma deficiência nos níveis de vitamina D no sangue (uma concentração menor que 20 ng/mL).

Nesse caso, também foi observado que aqueles pacientes com níveis deficientes de vitamina D possuíam uma taxa de infecção 54% maior pelo vírus da COVID-19. Isso quando eram comparados com os pacientes que apresentavam níveis adequados de, pelo menos, 30 ng/mL no sangue da vitamina.

Afinal, o que é vitamina D?

Mesmo que mais análises precisem ser realizadas para comprovar a ligação positiva da vitamina D com os casos da COVID-19, vale entender a sua função no corpo. Ela é um micronutriente fundamental para a manutenção de uma boa saúde óssea e muscular, por exemplo. Ou seja, o organismo humano precisa, naturalmente, dessa substância para as suas atividades.

Além disso, estudos apontam que a vitamina D tem uma ação imunomoduladora, o que ajuda no controle da liberação das citocinas inflamatórias e também contribui para redução do risco e do agravamento de infecções virais respiratórias, como seria o caso da COVID-19.

Para aumentar os níveis de vitamina D no organismo, o ginecologista e obstetra Odair Albano explica que alguns recursos são: "a exposição ao Sol, diariamente, por pelo menos 15 minutos, entre às 10-14 horas, preferentemente, sem protetor solar; alimentação rica em vitamina D; e se necessário a suplementação em doses 1.000-2.000 UI/dia, recomendadas para reposição nutricional, em cápsulas ou comprimidos".

O primeiro estudo sobre vitamina D, publicado na PLOS ONE, pode ser acessado aqui. Para acessar o artigo mais recente, clique aqui.

Fonte: Independent

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