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Sem verba, Inpe deve comprar supercomputadores menos potentes


Instituto deve trocar supercomputador Tupã por dois equipamentos com capacidade inferior; desde o ano passado, o órgão tem sofrido cortes pelo governo federal

Adquirido em 2010 como um dos equipamentos mais potentes do mundo, o supercomputador Tupã está próximo do seu fim de vida útil. A máquina é responsável pela previsão do tempo, pesquisando modelos numéricos para tornar os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mais fiéis à realidade.

Com o passar do tempo, o aparelho perdeu a sua potência e agora precisa ser trocado por um modelo mais moderno e com capacidade para tratar os dados do país. No entanto, sem verba para aquisição de uma máquina do mesmo porte, que chega a custar 23 milhões de dólares, o órgão ligado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) quer comprar duas unidades de outro modelo com capacidade bem inferior.

De acordo com o Inpe, o supercomputador já é considerado obsoleto e, em 2017, ficou um período sem funcionar, mas o Instituto conseguiu atualizar o dispositivo e dar uma sobrevida a ele. Agora, não há mais o que possa ser feito e o Instituto precisa de máquinas para substituir o equipamento.

O atual diretor do Inpe, Clezio de Nardin, diz que propôs o trabalho com máquinas menores, que possuem a mesma eficiência, mas que seria necessário mudar o código para leitura para ocupar mais espaço.

Clezio também diz que, apesar de terem menos capacidade de tratamento de dados, as máquinas suportam a demanda do Instituto.

"Essas máquinas têm vida útil de cinco anos e aí até 2025 temos prazo para criar condições para um supercomputador novo. Pode ser que duas máquinas menores atendam a demanda. Mas uma coisa é atender as demandas de hoje por cinco anos, outra é a atualização dos nossos modelos de monitoramento. Vamos ver se ela atende essa expansão", disse.

Um supercomputador como o Tupã funciona com processador de 258 teraflops e é capaz de prever possíveis problemas causados pelas chuvas no país. Foto: EBC

Gestão Bolsonaro e Inpe

Em agosto de 2019, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, depois que o Instituto divulgou um relatório mostrando o aumento de 88% nos índices de desmatamento da Amazônia no mês de junho daquele ano, em comparação ao mesmo mês de 2018.

Na época, ministros do governo disseram que os dados eram imprecisos, manipulados e que eles poderiam gerar uma imagem negativa do Brasil no exterior.

No lugar de Ricardo, o MCTI anunciou o coronel da aeronáutica, Darcton Policarpo Damião, para a diretoria do órgão, que ficou até o final do mês passado, quando uma publicação no Diário Oficial promoveu o pesquisador Clezio Marcos de Nardin para a função.

Fonte: G1

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